Num instante, a pandemia mudou a vida de todos.
Houve isolamentos e quarentenas forçadas, restrições fronteiriças, famílias separadas, amigos e parentes infetados. Mães e filhos de famílias monoparentais enfrentaram dificuldades.
Deficientes e idosos ficaram aflitos com as suas doenças crónicas. Constataram-se despedimentos de trabalhadores e o aumento do desemprego, com trabalhadores a terem férias forçadas e outros sujeitos a redução de salários, tendo anos e anos de horas extraordinárias não pagas. Lidou-se ainda com uma subida vertiginosa dos principais bens
essenciais, carestia de vida e suicídios.
Os jovens entre os 13 e os 25 anos são os mais afetados em termos de saúde mental. As entidades escolares devem ser mais tolerantes para com os adolescentes que estão a sofrer, tentando desenvolver e encontrar soluções mais pragmáticas para os ajudar a lidar com as suas emoções e outras dificuldades.
Quanto ao futuro da RAEM, especialmente o futuro dos jovens, são tantas as variáveis em jogo que qualquer previsão à partida será sempre frustrante.
Mudaram-se os hábitos, principalmente os sociais.
Deslocações restritas ou quase nenhumas ao estrangeiro, maior distanciamento, menos apertos de mão, mais precauções com o sabão, o álcool em gel, entre outros.
No final do dia, são os pobres que mais sofrem nesta sociedade fechada, marcada por bens de ostentação onde as pessoas vão competindo uns com os outros por riqueza e “status quo” social.
As mudanças comportamentais e sociais já se fazem sentir e vieram para ficar com o ensino e algum trabalho online, aumento exponencial dos consumidores que começaram a comprar quase tudo muito mais conveniente e barato no comércio digital, sendo que as próprias empresas têm que reconfigurar os seus modelos de negócios para acompanhar esta tendência do novo consumismo , que tem repercussões no desemprego.
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Experiências culturais imersivas como resposta ao isolamento social leva artistas e produtores culturais a apostar em espetáculos online, assim como visitas virtuais a museus, que ganham cada vez mais destaque.
Porém, o mais importante é a solidariedade e cooperação para ajudar os que mais precisam, encontrando soluções para resolver os seus problemas.
Em muitas ocasiões, o Presidente Xi Jinping salientou a necessidade de dar sempre prioridade aos interesses e às vidas dos cidadãos e que a solidariedade e cooperação são as armas mais poderosas para combater a pandemia.
Temos de desenvolver todos os esforços para que, brevemente, as vidas das pessoas possam regressar à normalidade, facilitando-sese as deslocações internas ou externas,
independentemente do tipo de documentação e nacionalidade.
Será necessário aumentar rapidamente o número de visitantes para que as pequenas e médias empresas possam sobreviver, reduzir para sete os dias da quarentena obrigatória para facilitar a reunião dos familiares e aumentar para 14 dias a validade dos testes de ácido nucleico para ajudar os que diariamente tenham de passar as fronteiras das regiões adjacentes.
*Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau