Galilee Ma, realizadora de Macau, foi uma das vencedoras do International Film Camp, com o guião para a curta-metragem “Pop It”, que conta a história de uma jovem à procura do seu coração. “Fiquei muito feliz”, confessa, revelando também que é a primeira vez que vai utilizar Macau como plano de fundo.
A “parte mais inesquecível” dos cinco dias foi aprender a apresentar. “A minha primeira não foi muito boa e ninguém sabia do que eu estava a falar, estava muito nervosa e confusa. Depois disso, o meu mentor passou um dia a ajudar-me a compreender novamente a minha história e a repensar a minha apresentação, o que é um processo inesquecível.”
Esta não é a primeira vez que participa num laboratório cinematográfico, mas explica que a diferença para o International Film Camp é o facto de este se “concentrar mais na ideia da curta-metragem em si, estando uma semana a completar a ideia para depois passar às filmagens”.
Galilee Ma diz que os cinco dias foram importantes para perceber o que é realmente importante. “O cinema não é uma questão de aprender algumas técnicas para fazer um bom filme, é uma forma de expressão pessoal e artística. Penso que o mais importante é conhecer o ser humano e compreendermo-nos a nós próprios. Por isso, o maior ganho para mim neste campo não é o patrocínio, que é obviamente muito importante, mas o facto de poder conhecer pessoas de outros lugares e saber como os realizadores de outros lugares fazem os seus filmes.”
Lan Tian, do interior da China, também passa para a próxima fase com o tema “One Home to Another”. Está grato por receber o subsídio à realização, e admite que ficou “muito sensibilizado” com as palavras de Wilfred Wong. “Disse que os cineastas asiáticos têm de se unir para criar um futuro diferente para o cinema”, lembra. Diz que todos os dias “foram inesquecíveis” e que não vai esquecer “a simpatia das pessoas em Macau”, referindo que é a sua primeira visita. “O campo foi memorável, é mais como uma família do que um campo de treino. A minha instrutora, Tan Chui Mui, foi como uma irmã para nós.”
Lan Tian revela que “a parte mais especial” do IFC foi “começar realmente do zero. A minha capacidade de apresentação melhorou muito. Quando vim para cá estava reticente, porque achava que os realizadores não deviam falar muito, mas o meu mentor ensinou-me a estar mais aberto e a contar a minha história, o que é muito importante”.
O realizador chinês quer regressar a Macau, mas da próxima vez será mesmo “fazer um filme” sobre uma cidade que, a seu ver, está “cheia de possibilidades e histórias”. Esse apetite por um retorno foi provocado pelos candidatos locais, que deram a conhecer aos restantes uma Macau que, às vezes, passa despercebida. “É uma cidade muito bonita”, afirma.