No início deste mês, os conflitos nos territórios de Israel e Palestina voltaram a crescer.
Depois de mais de meio século de confrontos militares e dois milhares de anos como inimigos, este último conflito, impulsionado em parte pela decisão do Tribunal Supremo de Israel em expulsar residentes palestinianos do bairro de Sheikh Jarrah, deixou mais de 300 feridos. Os confrontos foram crescendo e espalharam-se até outras áreas incluindo o Monte do Templo. Coincidindo com o período muçulmano de Eid al-Fitr e grandes aglomerações de pessoas, os confrontos explodiram facilmente. O grupo palestiniano do Hamas enviou misseis para território israelita, recebendo depois contra-ataques de Israel sobre bairros palestinianos. O número de mortos continua a crescer e a violência não mostra sinais de acalmar.
A nível diplomático, as Nações Unidas continuam a apelar a um cessar-fogo, enquanto os EUA apoiam Israel com a venda de armas. Mas nenhum dos atuais discursos consegue resolver o conflito. Talvez até nenhum dos lados tenha esse interesse, querendo usar o caos para respetivo benefício. Os EUA conseguem envolver-se nas questões do Médio Oriente, vendendo armas e defendendo o interesse pelo petróleo. Israel, em troca, consegue expandir o território sem respeitar o acordo de divisão da ONU de 1947. Por fim, os palestinianos podem usar estes tempos de instabilidade política para atrair a atenção do mundo e ganhar a simpatia da população global para o objetivo de independência como Estado. Todos os envolvidos beneficiam com esta instabilidade política. Mal os ânimos se acalmam, começam de novo os conflitos.
A guerra continua, e no final de contas, são as vidas de inocentes que sofrem.
*Diretor Executivo do Plataforma
