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Como criar mais oportunidades de trabalho para a população local

Leong Sun IokLeong Sun Iok*

De acordo com a informação partilhada pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a taxa de desemprego local subiu recentemente para os 5,5 por cento. A taxa de população subempregada a subir também em 3,1 por cento, para um total de 16,5 por cento, valores recorde desde que há registo.

Com este número elevado de residentes desempregados, além da dificuldade em encontrar emprego, existem vários problemas estruturais. É por isso de esperar que as autoridades da RAEM e o Governo central chinês trabalhem em conjunto para diminuir as atuais restrições fronteiriças ao mesmo tempo que mantêm a situação epidémica estável e segura.

Estas autoridades poderão adotar uma abordagem multifacetada, criando mais oportunidades de emprego para a população local ao instituir um sistema prioritário em certas indústrias e profissões, assim como formação profissional e criação de feiras de emprego regulares.

Desde o surto de 18 de junho que várias empresas foram obrigadas a despedir pessoal, algumas acabando mesmo por encerrar, deixando para trás um número problemático de licenças sem vencimento. Face a uma situação de subemprego, numa altura em que a recuperação económica ainda é um fator essencial para aliviar a pressão do desemprego, é particularmente importante que o Governo implemente medidas de apoio à população desempregada.

Atualmente, tanto as empresas da indústria do jogo como as pequenas e médias empresas locais estão a contratar funcionários em regime temporário, um ajuste de recursos humanos que os ajuda a reduzir o impacto sobre o funcionamento das suas funções, tendo ainda em conta o período de incerteza da pandemia. Tanto empresas grandes como pequenas demonstram alguma cautela durante a contratação de pessoal. Mesmo em casos que contratam novos funcionários, fazem-no com “descontos” nos salários.

Apesar dos imensos anúncios de emprego publicados em várias plataformas, poucos são aqueles que recebem resposta depois da candidatura. Várias pessoas começam até a questionar a veracidade de algumas ofertas. Muitos recém-formados relatam também dificuldade em encontrar emprego, salientando o período decadente do atual mercado na cidade.

Espero ainda que a população desempregada demonstre alguma pró-atividade para desenvolver as suas capacidades, aprendendo mais sobre o processo de contratação, valorizando as oportunidades de entrevista que encontra e aceitando desafios e posições fora da sua área. Incentivamos por isso a que as próprias empresas procurem ativamente empregar a população local, oferecendo aos mesmos oportunidades de formação para que se possam adaptar ao ambiente de trabalho e ajudar a combater as atuais adversidades.

Alguns desempregados revelam que os cursos do “Plano de Formação Subsidiada” não parecem estar relacionados com as aptidões exigidas pelo mercado de emprego, por isso apelam a que o Governo continue a melhorar este programa e a criar novos cursos mais em linha com a situação atual. Para alguns departamentos públicos com cargas de trabalho pesadas poderão até ser criadas posições de “Trabalho Sim, Caridade Não”, para garantir a subsistência da população desempregada.

*Deputado da Assembleia Legislativa/Federação das Associações dos Operários de Macau

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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