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Governo Central quer Macau mais proativo no desenvolvimento do país

O Governo Central foi claro na abertura das ‘Duas Sessões’ esta semana. Macau deve ter maior participação no desenvolvimento do país e da Grande Baía. Para analistas e representantes da RAEM na Assembleia Popular Nacional a mensagem é simples: aprofundar a diversificação económica e integração em Hengqin

Nelson Moura

Pequim continuará a implementar o princípio de patriotas a administrar Hong Kong e Macau, bem como a apoiar a participação das duas RAE no desenvolvimento nacional, especialmente na Grande Baía, anunciou Li Qiang no seu primeiro relatório de trabalho como primeiro-ministro, esta semana.

Milhares de delegados reuniram-se em Pequim para participar nas “Duas Sessões” da China, a realização anual de várias reuniões pela Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CPPCC) e Assembleia Popular Nacional (APN)

Falando na Segunda Sessão do 14.º da APN, Li afirmou que o Governo chinês deve continuar a implementar “plena e precisamente” os princípios ‘Um País, Dois Sistemas’ e de governação das regiões administrativas especiais pelos seus residentes com um alto grau de autonomia.

O mesmo relatório mencionou que a China deve apoiar Hong Kong e Macau no desenvolvimento das suas economias e na melhoria do nível de vida dos seus residentes, com as duas RAE a capitalizar os seus pontos fortes e características para participarem ativamente na construção da Grande Baía.

As duas cidades devem também integrar-se melhor na situação geral do desenvolvimento do país, para manter a “prosperidade e estabilidade a longo prazo”.

Pôr a quinta na integração

Segundo o politólogo Sonny Lo, o Governo Central procura apoiar o trabalho e as políticas dos governos das RAE, encorajando Macau a “continuar a aprofundar a sua diversificação e integração económica com a Zona de Cooperação Aprofundada de Hengqin”.

Kevin Ho King Lun, um representante de Macau na APN, realçou o foco do Governo Central em manter o princípio “Um País, Dois Sistemas” e destacou a importância de aproveitar os pontos fortes de Macau para o desenvolvimento da Grande Baía.

“O Governo central continua a focar-se nos princípios ‘Um País, Dois Sistemas’, e ‘Macau governado pela sua gente’. O relatório deste ano inclui uma linha que não foi incluída no ano passado, de que a RAEM deve utilizar os seus pontos fortes para contribuir melhor para o desenvolvimento da Grande Baía”, destaca Ho ao PLATAFORMA.

O empresário elogiou a transformação recente da Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin numa zona alfandegária autónoma desde 1 de março, descrevendo a medida como um “grande passo em frente, embora pareça pequeno”.

“A maioria dos departamentos e ministérios do Governo Central compreendem que esta medida pode não satisfazer todas as nossas expectativas, mas pelo menos demos este primeiro passo e pretendemos ir cada vez mais longe”, afirma.

“Temos tentado, e continuaremos a tentar, tornar a fronteira de primeira linha mais aberta, para que Macau e Hengqin estejam realmente interligados”, sublinha.

Um ano importante

Numa resposta às declarações na APN, o Chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng, indicou que 2024 vai ser um “ano importante para que se concretizem as tarefas do 14.º Plano Quinquenal da China, com as ‘Duas Sessões’ a criarem uma conjuntura para a construção de um país forte e a revitalização da nação, mediante a modernização com características chinesas”.

Ho sublinhou que a RAEM irá abraçar três eventos significativos programados para 2024 com novas conquistas de desenvolvimento, nomeadamente o 75.º aniversário da fundação do Governo da RPC, o 25.º aniversário do regresso de Macau à Pátria e o 3.º aniversário do estabelecimento da Zona de Cooperação Aprofundada.

Segundo Kevin Ho, ainda não houve indicações claras se o Presidente Xi ou Li Qiang estarão presentes na RAEM para o 25.º aniversário da transferência de soberania, a 20 de dezembro.

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