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Melhorar o planeamento da nova Biblioteca Central

Lei Leong Wong*

As autoridades indicaram anteriormente que, depois de avaliar o período e dificuldades na construção, e a utilização razoável dos fundos públicos, é considerado relativamente mais razoável não construir um parque de estacionamento público para a nova Biblioteca Central. Embora a proposta acima referida ainda se encontre na fase de estudo preliminar, muitos residentes manifestaram dúvidas sobre a decisão das autoridades após a divulgação da notícia.

No projeto e nas notas explicativas emitidas pelas autoridades em dezembro de 2022, afirma-se claramente que o planeamento inclui instalações de estacionamento, especialmente a disponibilização de lugares de estacionamento para motociclos, e que todos os lugares de estacionamento em parques interiores devem ter infraestruturas suficientes para satisfazer as necessidades de carregamento de veículos eléctricos. No entanto, no que diz respeito ao estudo de planeamento preliminar divulgado, a administração declarou que seria mais razoável não construir parques de estacionamento, mas não especificou o montante do erário público e o período de construção que poderiam ser poupados se os parques de estacionamento não fossem construídos, bem como o número de lugares de estacionamento e outros dados específicos, o que torna difícil para a comunidade analisar e discutir racionalmente a questão por ausência de informações pormenorizadas.

De acordo com a informação disponibilizada pela DSAT, existem apenas três parques de estacionamento públicos na Freguesia de S. Lázaro, onde se situa a Praça do Tap Seac, entre os quais o Pak Keng e o Jardim de Vasco da Gama, mais próximos da nova Biblioteca Central, que disponibilizam um total de 411 lugares para veículos ligeiros e 218 lugares para motociclos. A taxa diária de estacionamento destes dois parques é superior a 80 por cento. Se, como salientado pelo Instituto Cultural, quando se apresentou a proposta da nova Biblioteca Central à Assembleia Legislativa em 2020, se esperava que o número de utilizadores diários da biblioteca pudesse atingir 5.000 a 6.000, é de prever que, no futuro, haja uma escassez ainda maior de lugares de estacionamento nos parques públicos do bairro. Embora existam 1.019 lugares de estacionamento para veículos ligeiros no Auto-Silo Pak Wai, a sua taxa de estacionamento é de 87 por cento e a sua localização fica a alguma distância da nova Biblioteca Central, pelo que parece impraticável estacionar os veículos no parque de estacionamento e depois regressar à nova Biblioteca Central. Todas estas razões podem não só desencorajar os residentes a deslocarem-se para utilizar as instalações em causa, mas também agravar ainda mais a pressão do tráfego na zona.

As autoridades devem fornecer à comunidade informações pormenorizadas sobre as alterações ao plano o mais rapidamente possível, nomeadamente o montante do erário público e o período de construção poupados na desistência do parque de estacionamento subterrâneo, de modo a permitir que a comunidade tenha mais condições para uma discussão completa. Além disso, com o aumento da população do bairro após a conclusão da nova Biblioteca Central, a Administração deve também informar a comunidade, o mais rapidamente possível, sobre a forma como irá atenuar a escassez de lugares de estacionamento a longo prazo, para que o público possa avaliar com maior exatidão a razoabilidade a decisão acima referida, a fim de atenuar as suas preocupações. Dado que os parques de estacionamento são parte integrante de um edifício e não podem ser acrescentados facilmente depois de confirmada a construção, a menos que sejam demolidos e reconstruídos no futuro, apela-se à Administração para que abandone o egocentrismo e, no interesse da comunidade em geral, leve a sério os pontos de vista da comunidade enquanto a proposta ainda se encontra na fase preliminar de estudo. Assim se garante que os equipamentos públicos construídos com fundos públicos possam desempenhar as suas devidas funções na melhoria da vida dos residentes e satisfazer as necessidades de desenvolvimento da comunidade.

Aliança de Povo de Instituição de Macau*

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