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O impacto da ‘economia de dados’ na sociedade moderna

José Pereira Coutinho*

O mundo moderno movimenta-se cada vez mais à base de dados. Todos os dias, pessoas e empresas geram grandes quantidades de dados através de uma infinidade de atividades, desde publicações nas redes sociais até às compras na internet. Estes dados são extremamente valiosos e, no geral, tanto as empresas como os governos reconhecem a sua importância.

São formas mais eficientes para impulsionar o crescimento económico e desenvolver projetos inovadores e cada vez mais criativos. Assistimos ao aparecimento de computadores com programas cada vez mais sofisticados e potentes, com enormes avanços em algoritmos. A título de exemplo aponta-se a aprendizagem automática, que está a conduzir a uma explosão da importância e a utilidade dos dados, sendo neste momento necessário avaliar a sua influência e impacto nas sociedades, bem como as diferentes formas de intervenção e regulamentação governamental.

A Economia de Dados é, resumidamente, a atividade económica que resulta da recolha, processamento, análise e utilização de dados. São recursos extremamente importantes e valiosos, e as empresas e instituições procuram sempre maximizar os dados através de vários meios, como a venda, partilha, desenvolvimento de novos produtos e serviços, ou mesmo para otimizar as suas operações.

As consequências da Economia de Dados na sociedade podem ser positivas ou negativas. São positivas se as empresas souberem utilizar os dados para compreender melhor as necessidades e preferências dos clientes, ou se desenvolverem produtos e serviços mais personalizados e eficazes.

A Economia de Dados criou empregos em domínios outrora inexistentes, como a análise científica dos mesmos, ou seja, a ciência dos dados que conjugados com a inteligência artificial está a ter um grande impacto no crescimento económico, possibilitando a criação de novas indústrias e modelos de negócio.

Também a investigação baseada em dados pode conduzir a melhores resultados nos cuidados de saúde, detetando doenças de forma precoce e tratamentos personalizados.

Uma vez que os dados podem ser utilizados de inúmeras maneiras, há grandes ganhos sociais quando são utilizados simultaneamente por várias empresas e para múltiplas finalidades.

Contudo, quando as empresas possuem dados, também podem exceder-se e não respeitar adequadamente a privacidade e direitos dos consumidores. Temos assistido com maior assiduidade a casos onde os consumidores viram os seus direitos fundamentais prejudicados e que, mesmo havendo compensação pelos danos, não é proporcional às consequências que a fuga de informação e violação da privacidade têm a nível pessoal.

Por conseguinte, o Governo tem de equilibrar a utilização dos dados e a privacidade das pessoas.

A vulgarização da Economia de Dados apresenta oportunidades e desafios para a sociedade, na medida em que os dados se tornam cada vez mais valiosos. É importante garantir que sejam utilizados de forma responsável e ética. O Governo e a sociedade devem trabalhar em conjunto para desenvolver regulamentação e políticas adequadas para proteger a privacidade e a segurança das pessoas, permitindo que os dados tragam de facto benefícios à sociedade em geral. À medida que avançamos no mundo dos dados, será essencial continuar a explorar o valor e o impacto dos mesmos, bem como o seu importante papel na moldura da humanidade.

*Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau

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