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14 minutos de CCTV (1/2)

Após o Senado dos Estados Unidos ter aprovado o “Projeto-lei de proteção de direitos humanos e democracia em Hong Kong 2019”, o canal de televisão central chinês (CCTV) emitiu durante o noticiário 14 minutos de críticas severas aos EUA, a posição mais assertiva até ao momento. Esta reação à aprovação do projeto-lei americano vem no seguimento da posição da liderança chinesa em relação à atual situação em Hong Kong. Não foi coincidência, mas um resultado inevitável da aprovação desta medida apesar da oposição da China.
Embora este projeto-lei aprovado pelo Senado dos EUA possa ser visto pela China como apenas uma folha de papel, a natureza do problema é o que leva a uma posição tão marcada: em primeiro lugar, a tentativa americana de controlar a China tornou-se evidente e pública. Em segundo lugar, se a China não responder, os EUA irão tentar ir ainda mais longe. Em terceiro lugar, as táticas americanas contra a China parecem não ter limites.
Neste contexto, a China teve de responder de igual forma. Tal acontecimento é uma novidade na relação sino-americana, e por isso tem vários significados: Primeiro, durante a época de reforma e abertura, a relação sino-americana passou por uma fase de lua-de-mel até às revoluções de 1989 na Europa. Os EUA derrotaram a União Soviética e quiseram depois fazer o mesmo com a China. Mas a China conseguiu sobreviver porque, além do próprio mérito, na altura era uma nação ainda relativamente pequena, e por isso não representava uma ameaça para os EUA.
Sendo assim, quando os EUA compreenderam que não iriam conseguir destruir a China e que o país não representava qualquer ameaça, as relações sino-americanas melhoraram, com alguma cooperação entre os dois países. Tal manteve-se até 2010, quando a dinâmica se intensificou à medida que a China se foi tornando num país cada vez mais poderoso.
Com os atuais conflitos em Hong Kong, os EUA assumiram um papel controlador nos “bastidores”, com muito financiamento e planeamento. Foi uma revolução premeditada, que tem como objetivo final toda a China e não apenas Hong Kong, e por isso esta situação faz também parte do conflito entre a China e os EUA.
Todavia, desde o início deste confronto que são claras as intenções de ambos os lados. Atualmente este confronto ainda não atingiu um nível de total hostilidade, e a principal razão para tal é o facto de a posição de Hong Kong em relação ao princípio de “Um País, Dois Sistemas. Hong Kong governado pelas suas gentes” não afetar a China continental. É por isso que o conflito entre os EUA e a China se encontra numa zona tampão, mas o país precisa ainda de proteger Hong Kong e eliminar as más intenções americanas. Tratar de alguns criminosos é fácil, mas será apenas uma solução temporária, sendo que a verdadeira causa do problema são os EUA. Atualmente a China e os EUA ainda não entraram em conflito extremo, mas a rivalidade apenas começou.

David Chan 29.11.2019

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