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Economia chinesa espera recuperação rápida

Jia Kang | China DailyJia Kang*

A economia da China é altamente resiliente e ainda tem um grande potencial graças aos seus fortes fundamentos económicos. Espera-se, então, que a economia chinesa cresça a longo prazo. Mas, para realizar a modernização nacional, a China precisa de sincronizar o seu desenvolvimento económico com o civilizacional. Isso ajudará a facilitar a industrialização, urbanização e informatização do país, bem como o desenvolvimento social.

Apesar da China ser a maior potência manufatureira do mundo, algumas das suas indústrias não são tão competitivas. Como tal, precisa de atualizar o seu setor manufatureiro – elevando a qualidade dos seus bens e serviços “Made in China” para “Criado na China” – e apontar para a produção inteligente.

Olhando para o futuro, qualquer desenvolvimento adicional relacionado à manufatura da China estará de acordo com a urbanização do país. A julgar pela experiência internacional, um país entra no estágio de modernização quando a sua taxa de urbanização ultrapassa os 70 por cento. No caso da China, porém, a população urbana permanente em todo o país representa apenas cerca de 45 por cento da população total. E se a taxa de urbanização aumentar um ponto percentual ao ano, a China precisará de garantir um desenvolvimento económico estável por mais de 15 anos para basicamente alcançar a modernização.

A longo prazo, cadeias de oferta e procura fortes e diversificadas vão garantir o desenvolvimento sustentável da China e ajudar a integrar a industrialização e a urbanização. À medida que as áreas urbanas construídas no país continuam a expandir-se, o aumento das áreas de periferia urbano-rural exigirá a criação de muitos novos distritos. A infraestrutura nos distritos centrais de negócios existentes e nos novos distritos a serem criados exigirá uma conectividade aprimorada, para a qual serão necessários talentos qualificados, modernização industrial e integração.

Embora as cadeias de oferta e procura enfrentem riscos e incertezas, ainda refletem o alto potencial da economia chinesa. No entanto, a China precisa de aprofundar reformas e ampliar a sua abertura, criar um ambiente de negócios de alta qualidade centrado na lei e estabelecer um mercado nacional unificado, no qual os direitos de todas as entidades sejam protegidos e a concorrência desleal e monopólios sejam eliminados.

Esforços também devem ser endividados para integrar o desenvolvimento urbano e rural, bem como enfrentar os problemas causados pelos diferentes sistemas administrativos nas áreas rurais e urbanas. Embora as empresas estrangeiras possam beneficiar da redução da Lista Negra, os governos locais devem trabalhar para fortalecer e otimizar a sua gestão para desenvolver condições favoráveis para as empresas e promover negócios de alta qualidade.

Há também a necessidade de garantir o financiamento direto no mercado financeiro e de capital multifacetado, para que grandes empresas, bem como pequenas e médias empresas, possam obter benefícios mútuos.

E agora que o setor imobiliário da China passou a sua era dourada, o mercado imobiliário provavelmente irá enfrentar mais incertezas e desafios – há até mesmo a hipótese de o mercado imobiliário cair ainda mais. É verdade que o mercado imobiliário está relativamente estável, mas o caminho para a recuperação levará tempo.

A sustentabilidade fiscal é outra grande preocupação para a China. A separação dos poderes fiscais e responsabilidades de gastos dos governos central e locais beneficiou todos os lados nos últimos anos. Além disso, a clara divisão de responsabilidades garantiu que exercessem adequadamente os seus poderes fiscais. Por exemplo, as autoridades centrais e locais têm trabalhado em conjunto para fornecer bens públicos como saúde, transporte e educação obrigatória para as pessoas, de acordo com os regulamentos.

É inegável que algumas regiões enfrentam constrangimentos financeiros devido aos impactos da pandemia da Covid-19, mas o país está confiante na superação dos desafios graças à valiosa experiência acumulada nas mais de quatro décadas desde o lançamento da política de reforma e abertura. Portanto, há motivos suficientes para acreditar que a economia da China vai recuperar mais rapidamente do que o esperado e continuará a crescer na era pós-pandémica, apesar de enfrentar riscos maiores e desafios mais complicados.

*Economista-chefe da China Academy of New Supply Side Economics

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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