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China quer medidas de transição para novas energias

Carol LawCarol Law

Países por todo o mundo estão a desenvolver as suas energias sustentáveis. Porém, de acordo com vários especialistas do Interior da China, as atuais políticas energéticas do país ainda não estão alinhadas com objetivos de pico de emissões e neutralidade de carbono. As infraestruturas não são adequadas para o desenvolvimento de novas energias, mas investigadores chineses e britânicos fizeram descobertas na área de oxidação seletiva de metano, algo que pode ajudar na resolução do problema

A LUTA POR UM MERCADO DE ELETRICIDADE UNIFICADO

A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma e a Administração Nacional de Energia da China emitiram um conjunto de medidas especificas sobre a construção de uma rede elétrica. O documento inclui ainda sugestões sobre o aperfeiçoamento tecnológico e funcionamento de todo o sistema, segundo noticiou o Economic Times.

Por um lado, é necessário avaliar a capacidade de adaptar a atual rede de eletricidade ao desenvolvimento sustentável e de baixas emissões. Essa análise permitirá melhorias a nível técnico, incluindo a estrutura de rede elétrica, fornecimento energético, sistema de fonte-rede-carga-armazenamento e operação inteligente.

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Por outro, o sistema deste mercado elétrico deve ser utilizado na sua totalidade, assim como a sua potência, para que seja explorado o consumo de energia sustentável. É proposta ainda a criação de um mercado de eletricidade unificado a nível nacional, a promoção da construção de mercados de serviços elétricos auxiliares e o aperfeiçoamento do mecanismo de tarifas entre províncias e regiões.

Assim, será implementado o uso de energias renováveis em larga escala. As regiões são incentivadas a atingir objetivos nacionais, como taxas mínimas de consumo de energias renováveis, através de colaborações regionais ou do comércio do consumo energético de fontes sustentáveis. O diretor do Instituto de Planeamento de Energia Elétrica e Engenharia da China referiu que o documento “propõe a solução de um sistema de eletricidade com base no mercado”.

Du Zhongmin salienta que o regulamento irá “fornecer mecanismos institucionais e medidas para a construção e operação de novos sistemas, apoiando o desenvolvimento a grande escala de energias limpas e de baixas emissões”. Vários especialistas, citados pelo Economic Times, afirmam que a transformação energética rural é uma questão complexa na qual se deve evitar construções precipitadas. Antes de uma implementação alargada, pode ser oferecida prioridade à promoção de transformação energética sustentável em certas regiões rurais piloto. Após este processo serão selecionadas fontes de energia sustentáveis adequadas que incluam os recursos locais. O consumo local e de regiões vizinhas deve também ser priorizado para reduzir a distância necessária durante a transmissão e conversão energética, garantindo que o uso de recursos nestas zonas rurais é eficiente.

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AVANÇOS NAS ENERGIAS SUSTENTÁVEIS

A Academia de Inovação e Medição Precisa para a Ciência e Tecnologia da China e a Universidade de Cardiff, num estudo sobre conversão seletiva de metano, conseguiram um avanço histórico. De acordo com Qi Guodong, investigador e colaborador da Academia, o metano está distribuído entre gás natural, gás de xisto, gás de carvão e o hidrato de metano (sendo por isso a fonte mais abundante e limpa de carbono natural). Contudo, visto que se encontra muitas vezes em zonas remotas, a sua transformação em compostos oxigenados transportáveis no local de extração é essencial para o seu uso eficiente. Devido à sua ligação química forte, são necessárias temperaturas e pressões altas para a converter. A prática mais comum é a transformação de metano num gás sintético composto por monóxido de carbono e hidrogénio, antes da sua conversão em produto de valor adicionado.

Este processo requer não só uma utilização intensiva de energia, como também é mais propenso à criação de subprodutos como o dióxido de carbono. Assim sendo, a oxidação catalítica do metano diretamente em químicos de valor adicionado em condições amenas é um assunto de grande interesse para a indústria química. O novo catalisador desenvolvido poderá ser usado com temperaturas entre os 120 e os 240 graus Celcius para a oxidação seletiva do metano através de oxigenação e produção de metanol e ácido etanoico em condições amenas. Os resultados deste estudo foram publicados recentemente no jornal científico internacional, “Nature Catalysis”.

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