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Os Bobos de Ouro – 2ª parte

João MeloJoão Melo*

Bobo de Ouro “David Copperfield” para “A ilusão do século”

O meu trabalho é fazer as pessoas sonharem. Claro, há muita tecnologia nos bastidores e muito trabalho árduo por trás disso, mas posso apreciar as pessoas a verem o resultado desse trabalho árduo, sentir essa maravilha e sentir essa descoberta, o tempo todo – David Copperfield

No final do ano a pandemia descontrolou-se devido à variante Omicron, alegadamente menos agressiva e mais contagiosa. Quiçá porque o índice de vacinação é menor nos jovens, estes são os mais atingidos. Vede textualmente o que afirmou há semanas António Costa perante as câmaras:

Quero aliás dizer aqui com toda a clareza, o encerramento das escolas não se deve ao facto das escolas serem um local de contaminação mas pelo contrário, a escola, devem-se ao facto das escolas ser um local de contacto, ser um local que favorece naturalmente a contaminação.

Custa-me a crer que estivesse alcoolizado, o problema é que precisa de falar umas coisas no entanto não faz a mínima ideia do que diz, anda confuso… como toda a gente. Se Rui Rio, uma personalidade menos maleável fosse primeiro ministro, o nível de gaffes seria igual ou pior. Os políticos implementam as políticas baseados nos especialistas, depois explicam-nas aos cidadãos tentando passar conhecimento e confiança. Não detendo o conhecimento é a aparência de confiança que produz o tipo de gaffe.

Como aquilo que mais me assusta é a falta de memória, faço uma resenha de alguns acontecimentos. Em Junho de 2020, três meses após a primeira morte oficial por covid em Portugal, um vídeo no site da OMS desaconselhava o uso de máscara. Desde Março que a usava em locais fechados, suportei meses de estigma social! Sendo ignorante servi-me da lógica e mimetizei o comportamento dos chineses, habituados a pandemias. A principal instituição que zela pela saúde mundial demorou a mudar de opinião, ostenta o peso de uma instituição religiosa. Por causa disso vivi como um cristão no meio de Talibãs. Hoje confio tanto na capacidade de resposta da OMS como na da Igreja Católica para me explicar a santíssima trindade ou a possibilidade de ordenar mulheres padres: é uma questão de fé. Em recente entrevista o bispo auxiliar de Lisboa afirmou que a ordenação será “quando Deus quiser”… Enfim, segue a Igreja quem quer, agora a OMS e os humanos que decidem as normas pelas quais sou obrigado a viver falam com lapidar presunção científica malgrado esperarem que eu os siga através do mesmo pressuposto, a fé. Por muito que a tecnocracia apele à razão, a mensagem chega sempre às massas sustentada em impressões sensoriais, sobretudo no sofrimento e na magia. Assim a ciência virou a religião do século XXI. É perfeita porque não se pode contestar, e cada especialista é um pastor que propaga a religião sem se dar conta. Brilhante. Estamos mais informados e paradoxalmente tão afastados do conhecimento como em eras passadas; aceder a ele continua dependente do serviço de intermediários dos deuses.

Em Outubro de 2020 escrevi aqui “neste momento a pandemia está fora de controlo no ocidente e não descortino outra forma de dizer: António Costa não sabe o que fazer, porém o mais dramático é que isto não infere que alguém saiba”. Catorze meses e 85% de vacinados depois estamos na mesma, confusos.

Inculcaram-nos a fabulação de que duas doses tinham a eficácia de 95%. Azar, “calhou” os 5%, era necessária uma terceira “por segurança”. E se estava quase tudo vacinado, Portugal exibindo o orgulhoso record de 85% da população, então o problema passou a ser os não vacinados, os responsáveis por estragar a beleza do quadro estatístico. Em Fevereiro escrevi “está em curso uma nazificação da sociedade, todavia julgamos ter limites intransponíveis. O tempo e as circunstâncias encarregar-se-ão de os esquecermos e os transpormos”. Na primeira página do jornal Le Monde de 28 de Dezembro último, acerca da situação em França diz-se que “a transformação do passe sanitário em passe vacinal previsto para meados de Janeiro, poderá ser acompanhado de um reforço nos controlos de identidade”. Nazificação? Que ideia.

Os jovens aderiram à vacinação e ficámos mais ou menos descansadinhos durante um tempo antes de surgir a última variante. A realidade reproduz os argumentos dos videojogos e filmes actuais em que após se completar uma missão há uma pausa para pousar as armas na mesa e beber um copo até à próxima missão, mais difícil que a anterior. Actualmente carecemos de uma quarta, quinta, um googol de doses, alargando a vacinação às crianças. Em Agosto deste ano numa entrevista ao site da ONU uma representante da OMS desaconselhou a vacinação em crianças sem se ter noção do perigo que daí resultaria. Já têm noção? Ouvem-se os grilos… Admito um bocadinho de má vontade contra a OMS porque se virmos o filme não por uma cena e sim na totalidade levanta a suspeita de um programa previamente delineado. A magia acontece quando é realizada à frente de todos enquanto nos desviam a atenção das etapas do truque. Não sei se viram os filmes Man in Black em que os agentes usavam um “neuralizador” que apaga a memória e introduz uma nova. Isto sucede a toda a hora em todo o lado: numa notícia da véspera de natal o Plataforma informava que “Universidades de Hong Kong retiram estátuas que recordavam massacre da Praça da Paz Celestial”. Mata-se quem estabelece a ligação ao passado, os velhos, compromete-se quem assegura o futuro, os novos; o foco dirige-se exclusivamente para o instante. Num texto que escrevi em Outubro de 2020 também disse que “se a pandemia fizesse parte de um plano disruptor do nosso modelo de sociedade, diria que foi perfeito”. Há quem assevere que os políticos sabem o que fazem; acho mais que estão a ser levados a fazer, é escusado elaborar uma trama da sua autoria à escala planetária, a dinâmica do chamado efeito de manada significa muito mais do que supomos. Dividimo-nos em blocos, corporações, cores, etc, e ao ser lançado um desafio (sabe-se lá por que deuses) os membros de cada organização imitam-se, ninguém vai contra os parceiros. Na verdade todos somos inadvertidos agentes de uma nova ordem mundial.

No dia 23 de Dezembro o site da Euronews noticiava que “empresa sueca cria microchip para implantar certificado covid sob a pele”. Diz o gestor da empresa que o propósito é facilitar a informação e dá o exemplo de que pode ser usado quando se vai ao cinema ou ao centro comercial. Ena que cómodo. Diz também que só pode ser activado através do smarthphone pessoal, pelo que não pode ser usado para detectar a localização dos utilizadores. Oh, claro que não… em 2022. Entretanto a porta abriu-se. Em Agosto de 2020 escrevi aqui “Há pelo menos 16 anos que me interrogo sobre qual o artifício criativo que nos fará aderir voluntária e massivamente a esta forma de controlo. Eis uma pista lançada a 10 de Outubro de 2003: uma empresa mexicana lançou um serviço de implantação de microchips em crianças como dispositivo anti-sequestro. Solusat, o distribuidor mexicano do VeriChip está a comercializar o dispositivo como uma identificação de emergência. O serviço conseguiu inclusivamente o apoio da Fundação Nacional de Investigações de Crianças Roubadas e Desaparecidas do México, que concordou em promover o serviço. A fundação estima que 133.000 crianças mexicanas foram sequestradas nos últimos cinco anos. Ah pá, o jeito que isto daria aos pais das crianças ocidentais, olhem, como no caso da Maddie em 2007.” Essa foi uma época estranha, recheada de raptos de crianças, recordam-se? Qual o objectivo de lhes instalar microchips? Controlá-las, simplificar dando segurança. Qual o objectivo de nos humilharem como prisioneiros nos aeroportos (filas com tabuleiros, tirando sapatos, cinto, esvaziando os bolsos, passando por detectores de metais, líquidos…) após 2001? Controlar terroristas, dar segurança. Qual o objectivo de ir acabando com o dinheiro físico, especialmente após 2008? Controlar a sua origem e movimentos, facilitar as trocas comerciais. Qual o objectivo de nos confinarem? Controlar a pandemia e dar segurança. Qual o objectivo de a energia estar caríssima? Limitar-nos a circulação que graças à pandemia contribui para controlá-la, dando segurança. Qual o objectivo da vacinação global? Controlar a pandemia, dar segurança. Qual o objectivo dos certificados digitais? Controlar focos de infecção, e facilitar procedimentos. Há duas décadas que nos vendem a segurança e a facilidade contudo nunca vivi num mundo tão controlado, inseguro e complicado. Se eu fosse cristão reforçaria a convicção de que a implantação de microships e vacinas RnA que hibridizam a humanidade são a famosa marca da besta:

E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na mão direita ou na testa, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. – Apocalipse 13: 16-18

Não seguindo crenças religiosas começo a ponderar vivermos numa matrix em que todos, governados e governantes somos personagens de um jogo; não há maldade em ninguém, simplesmente cada um fazendo o que é suposto fazer. Dava imenso jeito apontar um mentor, um demónio, um Hitler, por azar não se vislumbram candidatos, é um crime sem rosto.

A chave é a audiência nunca perceber, logo tenho um plano B para cada ilusão – David Copperfield.

As novidades vão surgindo, as narrativas mudando ao ritmo da amnésia sobre o passado, todavia se observadas num plano geral pareceram experiências, ou se quisermos, capítulos que conduzirão ao controlo absoluto do corpo e da mente, dos bens materiais e imateriais. A revolta que sentirem para com as autoridades que nos governam também faz parte do filme. Se por exemplo são católicos e estão indignados com a legalização da eutanásia que na Nova Zelândia passou a abranger doentes covid (não é nazificação, unicamente paranóia, certo?), se compraram um carro eléctrico por consciência ambiental julgando que a energia era barata e virou proibitiva, não se esqueçam que são tudo ingredientes do argumento destinados a roubarem-nos os ideais, a esperança. Lembrem-se que iludidos já estavam há muito, tudo se resumiu a pretextos de venda nos quais preferiram acreditar, em que escolheram a segurança e a facilidade ao invés de pensar. Nunca houve segurança ou liberdade, por definição a vida é insegura, não há mal nisso, a melhor forma de a ultrapassar é pelo amor, a única coisa que nos liberta. Como vivemos no medo, sobretudo o medo de perder, deixamo-nos escravizar. Porventura somente no leito da morte compreenderemos que as únicas coisas que realmente possuímos em vida foram a capacidade de amar e 1,5 Kg de cérebro alojado no crânio.

Será o cansaço de quem anseia regressar à normalidade da maneira mais simples e de quem está farto de ser enganado que prepara o cenário do próximo capítulo, aquele onde uns e outros aceitarão o milagre que aguarda na sombra a altura certa para acontecer. Se não estivéssemos desejosos de o abraçar doutrinados no modo de sofrimento talvez entendêssemos que não há milagres, apenas truques cada vez mais sofisticados em consequência da tecnologia. Como dizia um arcadiano no filme Men in Black II “o milagre é o que parece impossível mas de facto acontece”.

Tornar a magia credível é sempre muito difícil. A história é a coisa mais importante. Isso é o que deve vencer. Se sacrifícios ou compromissos são feitos, geralmente é para a história. A história na magia é muito, muito importante. – David Copperfield

*Músico e embaixador do PLATAFORMA

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