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Reino Unido e França ajudam Estados Unidos no ataque à Síria (1)

Durante a madrugada do passado dia 14, os Estados Unidos, o Reino Unido e a França lançaram, no ataque militar à Síria, um total de 105 mísseis, tanto marítimos como aéreos. Segundo a Casa Branca e o Pentágono, esta foi uma ação militar bem-sucedida, tendo sido atingidos os três alvos estabelecidos, todos ligados à produção de armas químicas. Os três países descrevem este ataque como uma resposta aos ataques químicos do Governo sírio contra o próprio povo, tendo os Estados Unidos, salientado o facto de estarem preparados para levar a cabo um novo ataque.

Há um ano atrás os Estados Unidos já tinham posto em prática uma operação militar contra forças e ataques do Governo sírio sobre forças rebeldes. Este ataque foi constituído por quase 60 mísseis Tomahawk, que atingiram bases aéreas do Governo sírio. Desta vez, usando um alegado ataque de armas químicas do governo como justificação, foi organizado mais um ataque, sem aprovação prévia das Nações Unidas. Além da Síria, que o acusou de ser um ato de agressão, também a Rússia convocou o Conselho de Segurança das Nações Unidas para a sua condenação. A China concorda que tal ação militar viola as regras internacionais das Nações Unidas sobre ataques militares não autorizados e o direito internacional.

O presidente americano, Donald Trump, afirma que este ataque já tinha sido anunciado no dia 12, tendo de seguida recebido o apoio de outras quatro nações, Reino Unido, França e Israel, seguidas pela Alemanha que, no entanto, afirmou que não iria participar.

Claramente, todos estes países mencionados têm interesse próprio na participação em tal ação militar. O Reino Unido é um país insular, todavia mantém uma relação muito próxima com o continente europeu. Por um lado, quer aumentar a sua influência na Eurásia, por outro, mantém sempre algum alerta em relação ao continente, quase como se tivesse receio de ser engolido pelo mesmo. Este também é um dos fatores que levou ao Brexit. Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, o Reino Unido, com o seu acordo pacífico de transferência de poder com os Estados Unidos, pretendia através da supremacia americana manter o estatuto como grande potência, servindo-se da influência que os Estados Unidos têm sobre a Europa e o resto do mundo. Esta resposta de apoio ao ataque americano sobre a Síria demonstra que Reino Unido pretende solidificar a aliança com os Estados Unidos e expandir a sua influência. Afinal de contas, o Reino Unido é já uma nação envelhecida, e neste tipo de situação precisa da ajuda dos Estados Unidos.

O presidente francês, Emmanuel Macron, não tinha anteriormente uma certa rivalidade com Trump? Não tinha uma relação amigável com Putin? Este apoio francês ao ataque americano demonstra a sua falta de visão e inteligência política. Numa altura repleta de problemas relacionados com refugiados e ataques terroristas, esta é uma decisão que demonstra incapacidade e impotência. Queria opor-se ao ataque, mas não sabia como fazê-lo, e tinha em mente que, se o fizesse, poderia ser alvo de um ataque comercial por parte dos Estados Unidos. Porém, não tem consciência de que este ataque poderá agravar ainda mais a situação de refugiados e ataques terroristas. Por isso, de certa forma, o apoio francês é uma demonstração da impotência e ignorância do país, e de uma obediência cega, carecendo de objetivo político.

DAVID Chan  20.04.2018

 

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