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Uma caça ao tesouro virtual

O Festival de Luz de Macau 2016 – Tesouros de Luz iniciou-se a 4 e termina a 31 de Dezembro. Além de luzes decorativas, envolve realidade virtual, espetáculos de vídeo mapping e jogos. Contrariamente à edição do ano passado, os promotores do evento optaram por destacar os elementos de interatividade, com técnicas inovadoras de projecção de luz, de forma a atrair as famílias.

Ouve-se o teclado, pintado com tinta fluorescente pela ilustradora de Macau, Natalie Pun. O som é melodioso, os acordes são suaves e certeiros, quase como se aquele fosse o espetáculo. Mas não é — é apenas um elemento do público, que esperou numa fila, pela sua vez para tocar. O teclado está ali para ser usado pelo público, mas a ele junta-se uma bateria e um violino para um concerto que tem lugar, todos os fins-de-semana, revela Irwin Poon Yiu Wing, da empresa encarregada pelo evento, Prime. É um dos destaques do Festival de Luz de Macau 2016 – Tesouros de Luz, que tem lugar todos os dias, entre as 19h e as 22h.

No total, o festival abrange oito pontos da cidade. O percurso inicia-se no Centro Náutico do Lago Nam Van, onde se pode visionar um espetáculo de vídeo mapping, de 30 em 30 minutos, entre as 19h e as 21h55. Para o efeito, há uma LED Matrix, composta por 75.000 lâmpadas LED, com diferentes padrões, selecionáveis pelo público através de um controlo remoto, aliados a um ecrã de água. “Há uma história que se conta entre eles. Contam como Macau está a evoluir de uma pequena aldeia para uma metrópole e mostram grandes pontos turísticos do território”, explica o responsável da empresa encarregada pelo evento. 

Ainda naquela área está localizada um ponto de recordações, que se destina ao público que tenha descarregado a aplicação móvel “Treasure of Light”. “Se tiverem tirado uma fotografia, recolhido uma pedra preciosa — em sete dos oito pontos há pedras preciosas —, depois de recolherem todas, podem deslocar-se aqui ou ao Largo do Pagode da Barra para trocar por um prémio”, diz. O tesouro é um sistema de realidade virtual.

Sob o tema “Tesouros de Luz”, o festival “convida os residentes e visitantes a aventurarem-se como exploradores, ajudando a deusa A-Má a procurar sete pedras preciosas energéticas perdidas — esperança, perseverança, saúde, felicidade, colheita, bravura e fidelidade”, conforme se lê numa nota de imprensa. “A nossa história é de que temos um tesouro perdido que precisa de ser encontrado pela audiência — depois de coleccionares todas as pedras preciosas, encontras o tesouro final, no interior da máquina de realidade virtual”, esclarece Irwin Poon Yiu Wing.

O ponto mais concorrido

O trajeto continua pela Avenida Panorâmica do Lago Nam Van, atravessando uma decoração feita por luzes LED, até se chegar ao espaço Anim’Arte Nam Van, “o mais concorrido”. Além de painéis em se pode desenhar usando canetas de tinta fluorescente, há decorações de luzes por todo o lado, painéis LED e uma cabine com uma fila à porta, onde se podem tirar fotos usando adereços de luz. 

Mas o destaque vai para os instrumentos musicais, no centro da praça, pintados por artistas locais. “Pedimos a alguns artistas em Macau para usar tintas que brilham no escuro e pintaram uma guitarra, um piano, um violino e temos uma bateria que, quando lhe tocas, emite um feixe de luz”, declara. Nos fins-de-semana e nos feriados, haverá uma atuação de músicos locais. O espetáculo de música e luz intitula-se “Melodia de Luz”.

Segue-se o próximo ponto do percurso: a Igreja de S. Lourenço. “Temos uma diferente abordagem da do ano passado — quisemos que o festival fosse mais interativo e não apenas que permitisse tirar fotos e publicar nas redes sociais”, diz, acrescentando: “É um momento para os amigos e família aproveitarem.” 

Aliás, o percurso do festival é também diferente do evento do ano passado. “A Direção dos Serviços de Turismo [DST] pediu que nos centrássemos na área dos lagos; nas Ruínas de São Paulo, por exemplo, já vão demasiados turistas — não penso que precisem de mais promoção”, afirma. Outros locais como a Igreja de S. Lourenço, o Largo do Lilau ou a Casa do Mandarim são mais escondidos.

Chegados à Igreja de S. Lourenço, encontra-se uma pequena fila com alguns casais, prontos para participar num jogo interativo. Trata-se de uma medição da pulsação, cujo resultado é visionado na fachada do edifício, para perceber a sua compatibilidade amorosa. O jogo designa-se “Detector de Romance”.

Seguindo pela Rua Padre António, chega-se à Casa do Mandarim. Entrando, veem-se algumas dezenas de pessoas. “Este sítio costuma estar fechado à noite; é diferente vê-lo a esta hora”, destaca. Com algumas iluminações relativamente suaves, sobretudo em comparação com as que se encontram na zona do lago Nam Van, o destaque são os jogos interativos e tradicionais. Passa-se pelo jogo da macaca criado com luzes, e segue-se em frente até se encontrarem as gangorras luminosas. “São jogos tradicionais para os miúdos”, declara. Ao participarem, os resultados são visíveis na fachada do edifício, permitindo que três pares possam disputar a vitória. Intitula-se os “Desejos da Lanterna”.

O jogo é interrompido às 9h00, 19h30, 20h00, 20h30, 21h00, 21h30 e 21h55, para um espetáculo de vídeo mapping. Inquirido sobre se estes pontos são tão populares como aqueles localizados em frente ao lago Nam Van, Irwin admite que tem ouvido algumas opiniões sobre a falta de iluminação. “Mas os miúdos e as famílias gostam — os adultos reflectem sobre a falta de locais para fotos, mas as pessoas também precisam de tempo para se adaptarem”, declara. “É preciso arranjar um equilíbrio”, acrescenta.

No Largo do Lilau, veem-se menos pessoas, por volta das 21h30. As árvores estão iluminadas, mas as pessoas concentram-se em frente a um ecrã, para participar num jogo interativo. O trajeto continua até ao Quartel dos Mouros, onde se criou “uma cave de pedras preciosas”, com luzes cujas cores se alteram quando se passa junto aos sensores.

O último ponto situa-se no Largo do Pagode da Barra, onde se pode visionar um espetáculo de vídeo mapping na fachada do templo, além de uma projeção no chão e no barco que ali se encontra, alusivos à história da deusa A-Má. “Quando o vídeo mapping está a funcionar, todas as projeções mostram uma história — é como se houvesse uma história sincronizada”, diz, acrescentando: “Os pescadores vão pescar e quando os tufões surgem, pedem à deusa que os salve”.

Chegados ao fim do percurso, o responsável da empresa encarregada pelo evento esclarece que “há pessoas que fazem o percurso completo”, mas não é a maioria. Sobre se há mais residentes ou turistas a participar no evento, ainda não há números. 

O Festival de Luz de Macau 2016 — Tesouros de Luz é organizado pela Direção dos Serviços de Turismo em conjunto com o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, o Instituto Cultural e o Instituto do Desporto.   

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Os solavancos da primeira edição

Arrancou mal, com a saída de Marco Müller da direcção da primeira edição do Festival Internacional de Cinema e Cerimónia de Entrega de Prémios de Macau (IFFAM), mas acabou bem, com pontos positivos e negativos, considera a diretora dos Serviços de Turismo e presidente da comissão organizadora, Helena de Senna Fernandes.

Macau parou para assistir aos 54 filmes internacionais que estrearam no território, entre 8 e 13 de Dezembro, e que integraram o Festival Internacional de Cinema e Cerimónia de Entrega de Prémios de Macau (IFFAM). No fim do evento, aos jornalistas, Helena de Senna Fernandes faz um balanço satisfatório, com pontos positivos e negativos.

A poucos dias do arranque da primeira edição do IFFAM, Marco Müller abandonava a direção. Helena de Senna Fernandes referiu que foram divergências entre Marco Müller e a Associação de Cultura e Produções de Filmes e Televisão de Macau (MFTPA) que estiveram na origem desta decisão, realçando a possível interposição de um processo judicial, não se podendo, por isso, comentar.

A demissão causou mossa. “Em termos de visibilidade, não foi fácil — não era justo naquela altura trazer outro diretor artístico, quando o programa já estava finalizado”, diz, acrescentando: “Tivemos de improvisar algumas coisas — temos uma equipa bastante verde; está empenhada, só que faltou alguma experiência.” Ainda assim, a governante considera que o evento “não foi perfeito”, mas conseguiu “dar-se um bom festival às pessoas que vieram de fora e aos locais”.

Helena de Senna Fernandes afirmou aos jornalistas tratar-se de uma celebração do cinema e que esse deve ser o destaque. “O enfoque deve ser nos filmes e nas pessoas que trabalharam nos filmes”, diz. Olhando para as várias secções, a diretora refere que “a parte da indústria correu bastante bem”, havendo um bom “intercâmbio” e projetos “bem interessantes”. As ‘Aulas com os Mestres ‘ também foram bem sucedidos, ainda que numa delas tenha havido dificuldades em conseguir ingresso.

Sobre os pontos mais “fracos”, a diretora referiu a falta de audiências. “Temos de melhorar no que toca a atrair mais gente para vir”, diz, arriscando que, “nos filmes mais artísticos, talvez se possa incentivar os jovens que estão a estudar a área ou que querem trabalhar no ramo. ” E sugere que a “falta” de audiências talvez esteja ligada à localização dos diferentes espaços no território. “É bastante disperso. Isso não é fácil de superar, a dispersão é difícil de ultrapassar”, declara, referindo que “há que pensar como criar, no próximo ano, uma concentração das salas”. Uma hipótese é que, ao invés de ter sessões todos os dias, talvez se possa alternar, continuando a recorrer a diferentes localizações. “Podemos concentrar num determinado sítio num dia”, declara, salientando que “não é ainda uma ideia assente”, mas que está ligado ao “feedback que tem recebido”.

Além disso, talvez seja necessário adaptar a promoção de forma a trazer outro tipo de público. “Há vários filmes para os quais, se calhar, a audiência local não está preparada”, declara, realçando que “houve bastante promoção na televisão e na imprensa”. No que toca aos filmes mais artísticos, talvez haja necessidade de “trabalhar mais com escolas ou com associações ou mesmo com produtores de filmes locais”, de forma a ter “uma audiência mais profissional”, especula. “Temos de trazer mais pessoas que, além de ter curiosidade em ver os filmes, possam vir ao festival para também participar noutras coisas”, afirma.

A próxima edição

Terminado o evento, é tempo de preparar a próxima edição. No que toca às películas propriamente ditas, “a qualidade foi muito alta”, referindo “uma grande seleção”, que abrangeu “diferentes tipos de filmes”. E, ainda que a maioria tenha sido escolhida por Marco Müller, Helena de Senna Fernandes realça que os consultores internacionais e coorganizadores também tiveram o seu papel. “Além dos convidados que o Marco conseguiu, conseguimos trazer muitas estrelas através dos embaixadores e consultores”, diz. “Este festival é um esforço de equipa e não podemos atribuir a só uma pessoa.”

Dito isto, a diretora refere que agora cumpre pensar no próximo diretor artístico e na organização da segunda edição. “Ainda não fizemos um balanço; as opções são várias.” Do intercâmbio com os vários diretores de outros festivais que passaram pelo território, podem surgir outras ideias. “Há a possibilidade de trabalhar em conjunto para promoção conjunta ou uns com os outros nos diferentes festivais”, diz, sem avançar detalhes.

Satisfeita com o “bom ‘feedback’” por parte da indústria internacional, a diretora afirma que isso “dá confiança” para uma nova edição. Sobre um novo diretor, Helena de Senna Fernandes diz que “há pessoas a recomendar diferentes pessoas”, salientando que “não é fácil a escolha”, mas que cabe agora fazer um trabalho sério para “encontrar alguém que possa trazer bons filmes e bons profissionais a Macau”. Inquirida sobre se essa pessoa viria da Europa, Estados Unidos ou da Ásia, Helena de Senna Fernandes não comentou. “Neste momento, não temos nenhuma ideia fixa, temos opções abertas; se calhar, vamos ouvir mais gente antes de qualquer decisão”, declara. 

Um rol eclético de vencedores

Na primeira edição do Festival Internacional de Cinema de Macau, o argentino e francês “The Winter” foi o vencedor, entre os 12 em competição. Mas as produções lusófonas também se saíram bem, com Marco Martins e Nuno Lopes a serem reconhecidos como melhor diretor e ator, respetivamente, pelo filme “São Jorge”, e o brasileiro “Elon não acredita na morte” a conseguir o troféu de melhor contribuição técnica. No meio dos filmes internacionais, estava “Sisterhood”, uma produção local de Tracy Choi, que arrebatou dois prémios.

Foram seis dias, 54 filmes internacionais de mais de 20 países e regiões, a maioria dos quais uma estreia mundial ou asiática. Em competição estiveram 12 películas, exibidas no Centro Cultural de Macau ou no Centro de Convenções e Entretenimento da Torre de Macau, entre 8 e 13 de Dezembro. 

Os filmes concorreram a um total de oito galardões. O prémio de melhor filme foi atribuído a “The Winter” (Argentina), de Emiliano Torres, sobre o isolamento da região da Patagónia na altura do frio. “Free Fire” (Reino Unido) conseguiu o troféu de melhor argumento, enquanto o brasileiro “Elon não acredita na morte”, com estreia internacional no território, ganhou o prémio de melhor contribuição técnica (pela melhor banda sonora original).

Os portugueses Nuno Lopes e Marco Martins venceram os prémios de melhor ator e melhor realizador, respetivamente, com “São Jorge”. Trata-se de um filme que narra a história de um pugilista desempregado que trabalha em cobranças de dívidas para sobreviver. Na conferência de imprensa que se seguiu à entrega dos prémios, Marco Martins afirmou que o filme entrará no circuito comercial nos próximos três ou quatro meses, e que já foi vendido a um distribuidor chinês.

O prémio de melhor atriz coube a Lyndsey Marsal, pelo papel em “Trespass Against Us” (Reino Unido), filme de Adam Smith que arrebatou ainda o galardão especial do júri. Por sua vez, a Jennifer Yu coube o prémio de melhor nova atriz em “Sisterhood” (Macau), filme de Tracy Choi que também venceu o prémio do público. É a primeira longa-metragem da realizadora local, e explora a relação entre duas mulheres, na década de 1990. 

Em competição estiveram “São Jorge” (Portugal, França), “Elon não acredita na morte” (Brasil), “150 miligrams” (França), “Free Fire” (Reino Unido), Gurgaon (Índia), “Hide and Seek” (China), “Queen of Spades” (Rússia, Itália), “Sisterhood” (Macau), “Survival Family” (Japão), “The Winter” (Argentina, França), “Trespass Against Us” (Reino Unido) e “Shining Moment” (do realizador de Hong Kong, Fruit Chan).

O realizador indiano Shekhar Kapur, que presidiu o júri, elogiou, em conferência de imprensa, a qualidade dos filmes projetados e afirmou que os prémios mereceram uma longa e aguerrida discussão. Sobre o vencedor “The Winter”, o presidente afirmou tratar-se de uma história minimalista com “muito pouco movimento” mas que “revelou profundidade”. 

Além de Shekhar Kapur (presidente), o júri era composto por Jung Woo-sung, Makiko Watanabe, Stanley Kwan e Giovanna Fulvi  .

Outras secções

Foi também lançada uma competição de curtas-metragens de Macau. O público escolheu os três melhores entre um total de cinco finalistas, pré-escolhidos de 19 candidatas. “Reach Its Zenith”, “Lost in Parking”, “Rua da Barca”, “Humanism” e “A Friend of Mine” foram os pré-selecionados e receberam um certificado e uma compensação monetária no valor de 2.500 patacas. O vencedor conquistará um certificado e um prémio de 20.000 patacas, enquanto o segundo e terceiro lugares auferem prémios de 10.000 e 6000 patacas, respetivamente. Num comunicado enviado à imprensa, a organização do Festival Internacional de Cinema de Macau advertiu que os resultados serão anunciados em data ainda por confirmar. À data do fecho da edição, ainda não eram conhecidos.

Além da Competição, houve várias outras secções, incluindo: Apresentação Especial de Hollywood (um filme), Gala (três filmes), Crossfire (12), Panorama do Melhor dos Festivais (nove filmes), Atriz em Foco: Gwei Lun-Mei (três filmes), a par da apresentação especial de duas películas do realizador suiço Clemens Klopfenstein, que esteve presente no festival, e outras duas curtas-metragens do sul-coreano Jang Keun-Suk. Destaque ainda para a secção Dragões Escondidos que procurou apresentar as tendências mais recentes do cinema asiático, propondo-se a projetar nove filmes com pouca visibilidade fora dos circuitos para que foram concebidos.

O programa contemplou ainda iniciativas paralelas como a “Crouching Tigers Project Lab”, com encontros, painéis e ‘workshops’ nos dias 9 a 11 de dezembro, no Centro de Ciência de Macau, destinados a profissionais da sétima arte em busca de oportunidades de coprodução e cofinanciamento para projetos cinematográficos. 

“San Ma Lo 270, Macau”, de João Rui Guerra da Mata e João Pedro Rodrigues, foi distinguido com um dos quatro prémios de 10 mil dólares atribuído aos projectos mais originais participantes no “Crouching Tigers Project Lab”. A iniciativa acolheu 12 projetos ainda em fase de angariação, integrando ainda “Peregrinação”, de João Botelho. Além de “San Ma Lo 270, Macau” foram também premiados o filme sino-chinês “River Town”, além de “Pintakasi”, do filipino Erik Matti, e de “Inspector Lou”, do realizador belga, originário do Congo, Djo Munga. Os quatro prémios foram patrocinados pela Fox International Productions, que atribuiu 20 mil dólares, enquanto a Ivanhoe Pictures e a China’s Huace Media entregaram outros 20 mil.

Houve ainda ‘Aulas com os Mestres’ com cineastas de Hollywood, como o produtor Gianni Nunnari e o realizador Tom McCarthy, vencedor do Óscar de melhor filme por “O caso Spotlight”.

O 1.° Festival Internacional de Cinema de Macau foi organizado pela Direção dos Serviços de Turismo de Macau (DST) e pela Associação de Cultura e Produções de Filmes e Televisão de Macau. A diretora dos Serviços de Turismo e presidente da comissão organizadora, Helena de Senna Fernandes, anunciou que acumularia a função de diretora substituta do festival, depois de o italiano Marco Müller se ter demitido em novembro, alegando divergências de opiniões. O orçamento estimado para este evento é de 55 milhões de patacas, dos quais 20 milhões são assegurados pela DST. 

LUCIANA LEITÃO

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