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Depois da 5ª Conferência Ministerial do Fórum Macau

Mesmo terminada a 5º Conferência Ministerial do Fórum Macau, o público continua ainda a discutir entusiasticamente as notícias trazidas por esta conferência, em particular o discurso de Li Keqiang onde o primeiro-ministro apontou a importância de Macau para o fórum. Li assinalou o objetivo de desenvolvimento mútuo e cooperação em termos económicos e comerciais, passando pelo desenvolvimento das mais-valias de Macau e do seu papel como plataforma para estabelecer a ligação entre a China e sete países lusófonos.
De forma a reforçar a cooperação económica e comercial entre a China e os países lusófonos, Li Keqiang anunciou que nos próximos 3 anos o governo central irá fazer grandes esforços para lançar 18 novas medidas, incluindo subsídios não reembolsáveis de pelo menos 2 mil milhões de yuans, a serem usados principalmente no setor agrícola, na facilitação do comércio e investimento, na prevenção e tratamento da malária e na investigação em medicina tradicional chinesa, entre outros projetos de apoio ao bem-estar social. Esta conferência focou a solidificação da relação económica e comercial luso-chinesa, a cooperação no setor do comércio, na construção de plataformas e no desenvolvimento comum. Li Keqiang manifestou apoiar Macau na aceleração da construção de uma plataforma de serviços de cooperação comercial entre a China e países lusófonos, na realização anual de uma cimeira internacional para o investimento e construção de infraestruturas, na realização de diálogos ministeriais entre a China e países lusófonos sobre assuntos infraestruturais e na construção de uma plataforma de serviços financeiros entre a China e países de língua portuguesa, assim como de uma base de formação de profissionais bilingues.Dado o rápido crescimento económico e industrialização que poderão ser proporcionados pelo investimento, construção de infraestruturas e ofertas de mercado, o papel de Macau como plataforma para o desenvolvimento sustentável nos países lusófonos será cada vez mais importante no futuro. Em primeiro lugar, devido à isenção de tarifas em mais de 97 por cento dos artigos, estes países poderão ter mais produtos na China continental; em segundo lugar, a cimeira irá construir uma relação económica e comercial mais próxima através de um fórum de líderes, evoluindo depois para uma parceria estreita; e, em terceiro lugar, serão da maior importância a plataforma financeira e a plataforma profissional, sendo que os profissionais são a base de todos os empreendimentos, e no desenvolvimento de capital os sistemas financeiros são um aspeto extremamente importante. A China já foi incluída no cabaz de direitos de saque especial do FMI, sendo que no futuro cada vez mais mercados, incluindo os mercados de países lusófonos, irão utilizar o yuan como moeda de troca ou até como moeda de reserva. Nestes novos territórios do renminbi, Macau ocupa um lugar indispensável, e a partir desta perspetiva podemos avistar o futuro desenvolvimento de Macau.Contudo, os profissionais são a base de todos os empreendimentos, e por isso Macau foi definida como a plataforma económica e comercial luso-chinesa, assim como a base de formação profissional bilingue. Sendo assim, Macau necessita de desempenhar de forma sólida este papel de formação de profissionais. Há uma dezena de anos atrás, o governo demonstrava pouco interesse relativamente ao ensino do português, mas isso está aparentemente a mudar, tendo o chefe do executivo, Fernando Chui, visitado Lisboa no mês passado e assinado acordos com Portugal convidando professores portugueses a ensinar português em Macau. O Instituto Politécnico de Macau tenciona também dar início a cursos de formação de professores de português, e muitas escolas demonstram interesse em ensinar a língua portuguesa, sendo prova dos esforços do governo em promover o ensino da língua. Contudo, a meu ver, para formar profissionais bilingues não basta apenas que as autoridades promovam o ensino. Estudar a língua sem dela fazer uso não será uma ajuda para alcançar os objetivos definidos. Para um estudo com aplicações práticas é necessário incentivar um maior uso da língua portuguesa em contextos profissionais e do quotidiano. Sendo que os cidadãos macaenses são maioritariamente de etnia chinesa, tendo o chinês como língua materna, a mudança para um maior uso do português será certamente um processo muito longo. Porém, para concretizar o papel de Macau como plataforma entre a China e os países lusófonos, para além de promover o ensino, o governo pode adotar mais formas de incentivo ou até de recompensa, que acredito serem capazes de encurtar este longo processo.

陳思賢 DAVID Chan
ED#123

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