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NAMIBE PROCURA ATRAIR INVESTIDORES E TURISTAS

 

O governador do Namibe, Rui Luís Falcão Pinto de Andrade, diz em entrevista à Angop que a província que dirige tem condições mais que suficientes para atrair investidores e turistas.

 

Que mudanças pretende imprimir no setor da educação e no ensino, à luz do plano de desenvolvimento económico e social para o período de 2013 a 2017?

RUI ANDRADE   – Duas questões distintas. Uma que tem a ver com a necessidade de, tão rápido quanto possível, abarcar o universo de crianças que existe na província. Infelizmente, do levantamento feito, temos pouco mais de 7 mil crianças. Felizmente, no Orçamento Geral do Estado para 2014, particularmente no Programa de Investimentos Públicos (PIP), temos condições de fazer este ano salas de aulas para um universo superior a 10 mil. Isso dá-me algum conforto, sabendo que mesmo em 2015 este número poderá aumentar. Mas, se nós formos ágeis, podemos minimizar as dificuldades que hoje temos. Outro aspeto tem a ver já com o ensino superior e a necessidade de diversificarmos o ensino superior na província. Temos hoje, basicamente, as ciências mais teóricas. Estamos agora a tentar trabalhar com o polo universitário no sentido de derivarmos para cursos mais técnicos, sabendo que tudo indica que em 2015 vamos inaugurar a Academia de Pescas, que integra em si mesmo mais quatro unidades de formação superior, de diversos domínios da ciência do mar. Portanto, estamos no rumo certo. Agora, é preciso continuar a trabalhar.

 

O setor de saúde respira ar puro?

R.A. – Temos uma cobertura bastante satisfatória. Mas o setor carece de muitos quadros, ainda temos muitas insuficiências. Temos infraestruturas, e algumas muito boas, ao nível das administrações municipais e nas comunas, inclusive. Mas, infelizmente, ainda temos uma carência gritante de quadros ao nível deste domínio.

 

Que percentagem da população tem acesso à energia elétrica na província e que projetos existem com vista à melhoria do quadro atual?

R.A. – Nas áreas urbanas, nós cobrimos quase 80%, nas áreas periurbanas há ainda muitos problemas, e mesmo aqui no município sede. Decidimos este ano fazer uma derivação de fontes energéticas. Vamos tentar ao máximo rentabilizar os recursos que temos para a aquisição de energia foto voltaica, para tudo quanto seja energia, para consumo público e a iluminação das nossas cidades, etc., derivando para o consumo domiciliar o pouco excedente que vamos tendo, sendo que este excedente é ilusório, porque quanto maior for a nossa rede, mais deficiências teremos para satisfazer a necessidade das pessoas. Portanto, há no nosso programa uma nova estratégia. É preciso desenvolver fontes energéticas, não só para resolver o problema do consumo domiciliar, mas essencialmente para resolver o problema do consumo para o desenvolvimento. Não haverá desenvolvimento se não tivermos energia disponível, e o nosso plano de desenvolvimento provincial tem um vetor de desenvolvimento preponderante para que a província saia do nível que tem hoje.

 

O setor pesqueiro continua a ser o principal suporte económico da província?

R.A. – Sim, naquilo que tem a ver com a pesca familiar. A nossa ambição é muito maior. É recuperar os índices de produção que nós tínhamos ao nível industrial e mesmo ao nível da indústria transformadora. Tômbwa vai despertando do longo sono que teve nas últimas décadas e, felizmente, já há alguns investimentos que nos permitiram criar mais emprego, reduzir, ainda que de forma muita pequena, os problemas que vamos enfrentando no dia-a-dia. Vamos continuar a apostar nisso. Há muito boas vontades, há muita gente a querer investir no Namibe, particularmente no setor das pescas. Nós, o Estado como tal, temos de criar condições para que a indústria se desenvolva, mas que os preços no consumidor não sejam insuportáveis para esta população. É nesse equilíbrio que temos de encontrar o nosso rumo de desenvolvimento, melhorando os níveis de produção energética na província. É a saída que temos.

 

Que esforços estão a ser empreendidos com vista a encurtar as distâncias entre o Namibe e o resto do país, e a ligar a capital provincial às demais municipalidades?

R.A. – Felizmente, não temos essa dificuldade. Nós temos a Estrada Nacional 280 com todas as condições que ela apresenta. É uma estrada que tem de ser alargada, melhorada, porque é muito pequena. Infelizmente, a ponte pequena de Giraúl de Cima continua a não constar dos projetos de construção para este ano (2014) e provavelmente não será, se continuarmos assim, em 2015. É para nós uma preocupação premente. Mas temos o Porto do Namibe, o aeroporto, o caminho-de-ferro e a estrada.

 

De uma forma geral, Namibe está bem servida em transportes?

R.A. – Está bem servida, mas é preciso melhorar a prestação. Por exemplo, no transporte aéreo é preciso honrar as frequências e os horários, sob pena de estarmos a penalizar esta província. Infelizmente, nos últimos tempos tem acontecido.

 

O porto comercial do Namibe tem respondido às exigências dos importadores e exportadores?

R.A. – Tem correspondido. Há uma falsa notícia que tem circulado, segundo a qual o Porto do Namibe é o mais caro do país. Isto não corresponde à verdade. Poderá haver é o próprio interesse do empresariado em levar a sua mercadoria para outros portos. No cômputo geral e dos estudos feitos, e aliás ainda esta semana recebi o PCA do porto para, exatamente, falarmos sobre esta matéria, o que existe é que o Porto do Namibe ainda está aquém daquilo que os outros portos cobram. Temos de fornecer qualidade de serviços suficientemente atrativa para que os comerciantes enviem as suas mercadorias para este porto.

Com o crescimento que se regista, que valências trouxe a circulação do comboio a partir da cidade costeira do Namibe?

R.A. – Aqui, o caminho-de-ferro é extremamente importante para nós. Não só porque nos liga a outros pontos do país, mas fundamentalmente porque nos permite uma extração rápida da mercadoria do porto. As províncias circunvizinhas beneficiam muito do caminho-de-ferro do Namibe e, agora, com o incremento que vai haver, finalmente a economia vai começar a ter outro oxigénio para se desenvolver o mais rapidamente. É isso que nós queremos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Do ponto de vista económico, que atrativos exibe a província do Namibe para a fixação do investidor privado nacional ou estrangeiro?

R.A. – Tudo e mais alguma coisa. O Namibe é das províncias com mais condições para rapidamente atrair investidores e turistas. Esse desenvolvimento passa necessariamente pela atração dos investidores nacionais e estrangeiros. Estamos a fazer um esforço muito grande no setor imobiliário. Estamos com duas novas áreas de desenvolvimento urbano, o bairro “5 de Abril”, e junto da estrada para o aeroporto e na Praia Amélia. Estamos a fazer dois mil fogos em cada um desses espaços. Isso não só vai resolver o problema que temos de habitação para os nossos quadros, mas também estamos a ver com o Governo Central a possibilidade de guardar uma parte desses espaços, para atrair investimento e, simultaneamente, trazer para a província quadros mais jovens, que até são desta província, mas que vivem noutras províncias porque aqui não temos condições de habitabilidade. É esse trabalho que estamos a fazer agora.

 

Quando estará o potencial mineralógico da província ao serviço do desenvolvimento regional?

R.A. – Nós somos apenas interposto, porque até o ferro é da Huíla. Nós queremos colocar na província alguma indústria transformadora, que produza meios para desenvolver a região, como o mercado imobiliário e outros. Isso é um vetor. Em termos de minerais, temos a céu aberto as nossas quedas ornamentais, embora tenhamos também no subsolo outros tantos recursos.

 

Quais são os principais projetos em carteira para a dinamização do setor turístico?

R.A. – Nós, felizmente, estamos a fazer um trabalho muito positivo com o Ministério do Turismo. Há um plano especial que vai agora começar a ser estruturado, no sentido de desenvolvermos o turismo na nossa província. Vamos ser, posso já adiantar, a província piloto desse Plano Nacional de Desenvolvimento Turístico. Vamos aproveitar ao máximo esta oportunidade que nos está a ser dada. Isso deve começar ainda neste semestre. Os órgãos centrais dizem que já existem meios para o projeto arrancar.

 

O mercado financeiro é fundamental para qualquer sociedade que se queira desenvolver. É visível algum apoio da banca comercial aos projetos de investidores privados?

R.A. – Não com o limite que gostaríamos, mas a banca ajuda. Infelizmente, uma parte substancial dos nossos empresários não tem tido a capacidade de responder aos encargos que assume e isso também faz com que os bancos receiem conceder créditos. Faz igualmente com que exijam mais condições para ressarcir os valores, e isso tem criado algumas dificuldades aos empresários. É verdade que, se, por um lado, o banco tem tido dificuldades em dar créditos, também os beneficiários do crédito têm tido muitos problemas em honrar os compromissos que assinam.

Os mares angolanos começam a ser pontos preferenciais de imigrantes e piratas. Há estabilidade nas águas marítimas do Namibe?

R.A. – Felizmente, para nós há segurança e estabilidade nos vários setores. Temos alguns meios que nos permitem fazer patrulhamento na nossa costa. Felizmente, no decurso desta semana, vamos receber mais alguns meios. Portanto, isso vai melhorar a nossa capacidade de intervenção.

 

Como está o plano provincial de requalificação do Namibe?

R.A. – O plano de desenvolvimento provincial aponta para a requalificação da zona ribeirinha, que parte da Praia Amélia até ao Saco Mar. Infelizmente, nesse espaço comercial está o Porto Comercial do Namibe, mas não é propriamente o porto que nos preocupa. O que nos preocupa é a linha férrea, que atravessa todo o coração desta zona ribeirinha. Enquanto ela estiver aí, estaremos com imensas dificuldades para fazer a requalificação do espaço. Vamos agora tratar deste assunto, porque já há sensibilidade por parte de alguns órgãos centrais. Toda a gente compreende. Se, por um lado, o Namibe pode ser exponenciado em termos turísticos e servir de ‘ex-libris’ de Angola para o mundo, por outro, temos de resolver esta situação. Felizmente, há alternativas. E vamos colocá-las sobre a mesa nos próximos dias. Esperamos receber carinho necessário para que saiamos da situação em que estamos e entremos no processo de requalificação.

 

A requalificação vai abranger toda província, sobretudo nas sedes municipais e algumas comunas. Estava a referir-me àquilo que vai ser a ‘ex-libris’ do turismo em Angola. A zona ribeirinha tem condições ímpares para fazermos aquilo que muitos países já fizeram. Temos um programa que já se iniciou e a empresa vai montar o estaleiro agora.

 

E a distribuição da água potável, vê-se muita gente à procura…

R.A. – Nos próximos dias, começam os trabalhos, com a requalificação do espaço de captação de água. Serão feitos novos furos. E, tal como anunciei no ano passado, vamos começar a montar a nova rede de distribuição de água. É um programa de dois anos e meio e ultrapassa os 10 mil milhões de kwanzas (102 milhões de dólares). Apelamos a nossa população para ser um pouco paciente. Acreditamos que estamos no rumo certo. É a solução. Vamos todos sofrer um bocado, teremos muitas ruas interditadas durante algum período. Faremos tudo ao alcance para que até finais de 2016 ou princípios de 2017 tenhamos água suficiente e com qualidade para dar a toda população do Namibe.

 

Com a estabilidade reinante no país, cresce o interesse de cidadãos estrangeiros em entrar para Angola. Nesta perspetiva, qual é o estado da imigração ilegal na província?

R.A. – Os órgãos competentes estão a trabalhar para evitar a entrada ilegal de novos estrangeiros, porque os que vivem aqui estão sob controlo.

ANGOP

 

NAMIBE PROCURA ATRAIR INVESTIDORES E TURISTAS

 

O governador do Namibe, Rui Luís Falcão Pinto de Andrade, diz em entrevista à Angop que a província que dirige tem condições mais que suficientes para atrair investidores e turistas.

 

Que mudanças pretende imprimir no setor da educação e no ensino, à luz do plano de desenvolvimento económico e social para o período de 2013 a 2017?

RUI ANDRADE   – Duas questões distintas. Uma que tem a ver com a necessidade de, tão rápido quanto possível, abarcar o universo de crianças que existe na província. Infelizmente, do levantamento feito, temos pouco mais de 7 mil crianças. Felizmente, no Orçamento Geral do Estado para 2014, particularmente no Programa de Investimentos Públicos (PIP), temos condições de fazer este ano salas de aulas para um universo superior a 10 mil. Isso dá-me algum conforto, sabendo que mesmo em 2015 este número poderá aumentar. Mas, se nós formos ágeis, podemos minimizar as dificuldades que hoje temos. Outro aspeto tem a ver já com o ensino superior e a necessidade de diversificarmos o ensino superior na província. Temos hoje, basicamente, as ciências mais teóricas. Estamos agora a tentar trabalhar com o polo universitário no sentido de derivarmos para cursos mais técnicos, sabendo que tudo indica que em 2015 vamos inaugurar a Academia de Pescas, que integra em si mesmo mais quatro unidades de formação superior, de diversos domínios da ciência do mar. Portanto, estamos no rumo certo. Agora, é preciso continuar a trabalhar.

 

O setor de saúde respira ar puro?

R.A. – Temos uma cobertura bastante satisfatória. Mas o setor carece de muitos quadros, ainda temos muitas insuficiências. Temos infraestruturas, e algumas muito boas, ao nível das administrações municipais e nas comunas, inclusive. Mas, infelizmente, ainda temos uma carência gritante de quadros ao nível deste domínio.

 

Que percentagem da população tem acesso à energia elétrica na província e que projetos existem com vista à melhoria do quadro atual?

R.A. – Nas áreas urbanas, nós cobrimos quase 80%, nas áreas periurbanas há ainda muitos problemas, e mesmo aqui no município sede. Decidimos este ano fazer uma derivação de fontes energéticas. Vamos tentar ao máximo rentabilizar os recursos que temos para a aquisição de energia foto voltaica, para tudo quanto seja energia, para consumo público e a iluminação das nossas cidades, etc., derivando para o consumo domiciliar o pouco excedente que vamos tendo, sendo que este excedente é ilusório, porque quanto maior for a nossa rede, mais deficiências teremos para satisfazer a necessidade das pessoas. Portanto, há no nosso programa uma nova estratégia. É preciso desenvolver fontes energéticas, não só para resolver o problema do consumo domiciliar, mas essencialmente para resolver o problema do consumo para o desenvolvimento. Não haverá desenvolvimento se não tivermos energia disponível, e o nosso plano de desenvolvimento provincial tem um vetor de desenvolvimento preponderante para que a província saia do nível que tem hoje.

 

O setor pesqueiro continua a ser o principal suporte económico da província?

R.A. – Sim, naquilo que tem a ver com a pesca familiar. A nossa ambição é muito maior. É recuperar os índices de produção que nós tínhamos ao nível industrial e mesmo ao nível da indústria transformadora. Tômbwa vai despertando do longo sono que teve nas últimas décadas e, felizmente, já há alguns investimentos que nos permitiram criar mais emprego, reduzir, ainda que de forma muita pequena, os problemas que vamos enfrentando no dia-a-dia. Vamos continuar a apostar nisso. Há muito boas vontades, há muita gente a querer investir no Namibe, particularmente no setor das pescas. Nós, o Estado como tal, temos de criar condições para que a indústria se desenvolva, mas que os preços no consumidor não sejam insuportáveis para esta população. É nesse equilíbrio que temos de encontrar o nosso rumo de desenvolvimento, melhorando os níveis de produção energética na província. É a saída que temos.

 

Que esforços estão a ser empreendidos com vista a encurtar as distâncias entre o Namibe e o resto do país, e a ligar a capital provincial às demais municipalidades?

R.A. – Felizmente, não temos essa dificuldade. Nós temos a Estrada Nacional 280 com todas as condições que ela apresenta. É uma estrada que tem de ser alargada, melhorada, porque é muito pequena. Infelizmente, a ponte pequena de Giraúl de Cima continua a não constar dos projetos de construção para este ano (2014) e provavelmente não será, se continuarmos assim, em 2015. É para nós uma preocupação premente. Mas temos o Porto do Namibe, o aeroporto, o caminho-de-ferro e a estrada.

 

De uma forma geral, Namibe está bem servida em transportes?

R.A. – Está bem servida, mas é preciso melhorar a prestação. Por exemplo, no transporte aéreo é preciso honrar as frequências e os horários, sob pena de estarmos a penalizar esta província. Infelizmente, nos últimos tempos tem acontecido.

 

O porto comercial do Namibe tem respondido às exigências dos importadores e exportadores?

R.A. – Tem correspondido. Há uma falsa notícia que tem circulado, segundo a qual o Porto do Namibe é o mais caro do país. Isto não corresponde à verdade. Poderá haver é o próprio interesse do empresariado em levar a sua mercadoria para outros portos. No cômputo geral e dos estudos feitos, e aliás ainda esta semana recebi o PCA do porto para, exatamente, falarmos sobre esta matéria, o que existe é que o Porto do Namibe ainda está aquém daquilo que os outros portos cobram. Temos de fornecer qualidade de serviços suficientemente atrativa para que os comerciantes enviem as suas mercadorias para este porto.

Com o crescimento que se regista, que valências trouxe a circulação do comboio a partir da cidade costeira do Namibe?

R.A. – Aqui, o caminho-de-ferro é extremamente importante para nós. Não só porque nos liga a outros pontos do país, mas fundamentalmente porque nos permite uma extração rápida da mercadoria do porto. As províncias circunvizinhas beneficiam muito do caminho-de-ferro do Namibe e, agora, com o incremento que vai haver, finalmente a economia vai começar a ter outro oxigénio para se desenvolver o mais rapidamente. É isso que nós queremos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Do ponto de vista económico, que atrativos exibe a província do Namibe para a fixação do investidor privado nacional ou estrangeiro?

R.A. – Tudo e mais alguma coisa. O Namibe é das províncias com mais condições para rapidamente atrair investidores e turistas. Esse desenvolvimento passa necessariamente pela atração dos investidores nacionais e estrangeiros. Estamos a fazer um esforço muito grande no setor imobiliário. Estamos com duas novas áreas de desenvolvimento urbano, o bairro “5 de Abril”, e junto da estrada para o aeroporto e na Praia Amélia. Estamos a fazer dois mil fogos em cada um desses espaços. Isso não só vai resolver o problema que temos de habitação para os nossos quadros, mas também estamos a ver com o Governo Central a possibilidade de guardar uma parte desses espaços, para atrair investimento e, simultaneamente, trazer para a província quadros mais jovens, que até são desta província, mas que vivem noutras províncias porque aqui não temos condições de habitabilidade. É esse trabalho que estamos a fazer agora.

 

Quando estará o potencial mineralógico da província ao serviço do desenvolvimento regional?

R.A. – Nós somos apenas interposto, porque até o ferro é da Huíla. Nós queremos colocar na província alguma indústria transformadora, que produza meios para desenvolver a região, como o mercado imobiliário e outros. Isso é um vetor. Em termos de minerais, temos a céu aberto as nossas quedas ornamentais, embora tenhamos também no subsolo outros tantos recursos.

 

Quais são os principais projetos em carteira para a dinamização do setor turístico?

R.A. – Nós, felizmente, estamos a fazer um trabalho muito positivo com o Ministério do Turismo. Há um plano especial que vai agora começar a ser estruturado, no sentido de desenvolvermos o turismo na nossa província. Vamos ser, posso já adiantar, a província piloto desse Plano Nacional de Desenvolvimento Turístico. Vamos aproveitar ao máximo esta oportunidade que nos está a ser dada. Isso deve começar ainda neste semestre. Os órgãos centrais dizem que já existem meios para o projeto arrancar.

 

O mercado financeiro é fundamental para qualquer sociedade que se queira desenvolver. É visível algum apoio da banca comercial aos projetos de investidores privados?

R.A. – Não com o limite que gostaríamos, mas a banca ajuda. Infelizmente, uma parte substancial dos nossos empresários não tem tido a capacidade de responder aos encargos que assume e isso também faz com que os bancos receiem conceder créditos. Faz igualmente com que exijam mais condições para ressarcir os valores, e isso tem criado algumas dificuldades aos empresários. É verdade que, se, por um lado, o banco tem tido dificuldades em dar créditos, também os beneficiários do crédito têm tido muitos problemas em honrar os compromissos que assinam.

Os mares angolanos começam a ser pontos preferenciais de imigrantes e piratas. Há estabilidade nas águas marítimas do Namibe?

R.A. – Felizmente, para nós há segurança e estabilidade nos vários setores. Temos alguns meios que nos permitem fazer patrulhamento na nossa costa. Felizmente, no decurso desta semana, vamos receber mais alguns meios. Portanto, isso vai melhorar a nossa capacidade de intervenção.

 

Como está o plano provincial de requalificação do Namibe?

R.A. – O plano de desenvolvimento provincial aponta para a requalificação da zona ribeirinha, que parte da Praia Amélia até ao Saco Mar. Infelizmente, nesse espaço comercial está o Porto Comercial do Namibe, mas não é propriamente o porto que nos preocupa. O que nos preocupa é a linha férrea, que atravessa todo o coração desta zona ribeirinha. Enquanto ela estiver aí, estaremos com imensas dificuldades para fazer a requalificação do espaço. Vamos agora tratar deste assunto, porque já há sensibilidade por parte de alguns órgãos centrais. Toda a gente compreende. Se, por um lado, o Namibe pode ser exponenciado em termos turísticos e servir de ‘ex-libris’ de Angola para o mundo, por outro, temos de resolver esta situação. Felizmente, há alternativas. E vamos colocá-las sobre a mesa nos próximos dias. Esperamos receber carinho necessário para que saiamos da situação em que estamos e entremos no processo de requalificação.

 

A requalificação vai abranger toda província, sobretudo nas sedes municipais e algumas comunas. Estava a referir-me àquilo que vai ser a ‘ex-libris’ do turismo em Angola. A zona ribeirinha tem condições ímpares para fazermos aquilo que muitos países já fizeram. Temos um programa que já se iniciou e a empresa vai montar o estaleiro agora.

 

E a distribuição da água potável, vê-se muita gente à procura…

R.A. – Nos próximos dias, começam os trabalhos, com a requalificação do espaço de captação de água. Serão feitos novos furos. E, tal como anunciei no ano passado, vamos começar a montar a nova rede de distribuição de água. É um programa de dois anos e meio e ultrapassa os 10 mil milhões de kwanzas (102 milhões de dólares). Apelamos a nossa população para ser um pouco paciente. Acreditamos que estamos no rumo certo. É a solução. Vamos todos sofrer um bocado, teremos muitas ruas interditadas durante algum período. Faremos tudo ao alcance para que até finais de 2016 ou princípios de 2017 tenhamos água suficiente e com qualidade para dar a toda população do Namibe.

 

Com a estabilidade reinante no país, cresce o interesse de cidadãos estrangeiros em entrar para Angola. Nesta perspetiva, qual é o estado da imigração ilegal na província?

R.A. – Os órgãos competentes estão a trabalhar para evitar a entrada ilegal de novos estrangeiros, porque os que vivem aqui estão sob controlo.

ANGOP

 

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