O presidente do fundo, Che Weng Keong, disse que “vai prosseguir contactos ativos com a Fundação para a Ciência e Tecnologia [FCT] de Portugal (…) para apoiar cooperação entre investigadores científicos nos dois lados e reforçar os intercâmbios”, de acordo com um comunicado.
As duas entidades assinaram em fevereiro de 2017 um acordo, válido por três anos, para financiar de forma conjunta projetos de cooperação científica que juntassem universidades ou instituições científicas de Macau e de Portugal.
No entanto, a implementação do acordo ficou a aguardar a fixação de um orçamento e a seleção de temas para avançar, algo que só aconteceu no início de 2019.
O orçamento foi fixado em 300 mil euros, com um financiamento máximo de 100 mil euros por projeto, para as áreas de poluição marinha, “incluindo os efeitos de plásticos”, e biotecnologia marinha, incluindo o “desenvolvimento de produtos comercializados”.
Em fevereiro de 2019, Cheang Kun Wai, membro do conselho de administração do FDCT, disse que entre os temas escolhidos estavam a medicina tradicional chinesa, “informática e questões marítimas”.
O fundo de Macau só abriu candidaturas uma vez, em junho de 2019, oferecendo um financiamento máximo de um milhão de patacas , antes do acordo expirar.
Che Weng Keong falava durante uma cerimónia para assinalar os 30 anos de um acordo sobre cooperação científica e tecnológica entre a China e Portugal, realizada em Lisboa, na semana passada.
O dirigente lembrou a criação, anunciada em novembro de 2022, da Centro de Ciência e Tecnologia Sino-Lusófono, em cooperação com a cidade vizinha de Zhuhai, na Zona de Cooperação Aprofundada.
Che disse que “a China e Portugal esperam poder construir uma cadeia industrial completa nas áreas da ciência e tecnologia”, naquela zona especial gerida por Macau em conjunto com a província de Guangdong em Hengqin (ilha da Montanha).
A cerimónia contou ainda com a presença do presidente da Agência Nacional de Inovação portuguesa, António Grilo. A agência tem capital subscrito em partes iguais pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, através da FCT (50 por cento), e pelo Ministério da Economia, através do IAPMEI (50 por cento).
No mesmo comunicado das autoridades de Macau, Grilo disse, na cerimónia, que Portugal dá grande importância e quer reforçar a cooperação com a China no que toca à inovação científica e tecnológica “de benefício mútuo”.
Além de participar na cerimónia, a delegação do FDCT de Macau visitou em Portugal, entre 4 e 7 de dezembro, várias universidades, instituição de investigação científica e farmacêuticas, incluindo a Fundação Champalimaud.