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O ocidente está a instrumentalizar a falta de comida

EditorialEditorial

Com o atual conflito entre a Rússia e a Ucrânia, bem como as perturbações causadas pela pandemia da Covid-19, os preços globais dos cereais estão a aumentar dramaticamente. Estes factores são o prenúncio de uma possível crise alimentar mundial.

Neste cenário, alguns meios de comunicação ocidentais afirmam que a China está a acumular cereais, aumentando a sua aquisição de milho e trigo no mercado internacional. Isto destina-se obviamente a difamar a China e a retratar o país como um sabotador da segurança alimentar global.

É apenas uma teoria de conspiração.

A China importa alguns dos grãos através do mercado global, mas também os exporta. É injusto e irrazoável acusar a China de acumulação, simplesmente por causa do seu fluxo comercial normal. Historicamente, a China tem lidado com a fome. A enorme população de mais de 1,4 mil milhões e a escassa terra arável, apenas nove por cento do total mundial, servem de alarme para a liderança do país colocar uma ênfase constante na proteção do solo e na produção de cereais.

Na sessão anual do principal órgão consultivo político do país, a 6 de março, o Presidente Xi Jinping salientou que a China precisa de estabilizar a produção de alimentos como o milho, aumentar a produção de soja e oleaginosas para garantir que “as tigelas chinesas estejam cheias de comida chinesa”.

Como resultado do interesse chinês na autossuficiência alimentar, a produção de cereais da China alcançou mais de 650 mil milhões de quilos durante sete anos consecutivos, tornando o país no maior produtor mundial e o terceiro maior exportador de cereais em todo o mundo. Em vez de se tornar um fardo para a segurança alimentar mundial, a China contribuiu de forma extraordinária para atingir um quarto da produção mundial de cereais, com os quais alimenta um quinto da população mundial.

Garantir a segurança alimentar do país tem sido uma prioridade nacional durante várias décadas. Isto é verificado pelo facto de o primeiro documento político emitido pelo Governo Central, todos os anos, ser sempre sobre agricultura. Por outro lado, a China também faz o que pode para ajudar a aumentar a segurança alimentar de outros países.

Como país responsável, a China é um parceiro estratégico importante da Cooperação Sul-Sul da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura. Nos últimos anos, o país doou 130 milhões de dólares para o fundo desta cooperação.

A China presta ainda ajuda alimentar de emergência a vários países desde que a pandemia começou.Assumindo a convicção de que a redução do desperdício alimentar é também uma contribuição chave global, foram lançadas campanhas nacionais de sensibilização sobre a temática. Graças a estes esforços, entre 2016 e 2020, cerca de 13 milhões de toneladas de alimentos foram poupadas todos os anos após a sua produção.

Em termos globais, cerca de 14 por cento dos alimentos produzidos perdem-se entre a colheita e o retalho, segundo a Organização das Nações Unidas. É também estimado
que 17 por cento da produção alimentar global total é desperdiçada. Nos Estados Unidos, por exemplo, cerca de 30 a 40 por cento dos alimentos são estragados todos os anos, segundo dados do Departamento de Agricultura do país americano.

Apesar da rutura no abastecimento de cereais, há alimentos claramente suficientes para fornecer ao mundo, se a comunidade internacional trabalhar em conjunto para enfrentar o desafio da segurança alimentar global.

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