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Comércio entre China e África recupera e aproxima-se dos níveis pré-pandémicos

CLBrief

Nos primeiros oito meses do ano, o comércio bilateral total entre a China e os países africanos cresceu 40 por cento (162,7 mil milhões de dólares), aproximando-se dos níveis pré-pandémicos. 

Em 2020, houve uma queda de 11 por cento (187 mil milhões de dólares), depois de ter crescido 2 por cento (208,7 mil milhões) em 2019, antes do surgimento da Covid-19, de acordo com as autoridades chinesas. 

Até agosto, a China importou produtos no valor de 68,8 mil milhões de dólares, mais 45 por cento do que no ano anterior. A aquisição focou-se em matérias-primas, tais como petróleo, cobalto e cobre, mas também na compra de produtos agrícolas como malagueta, castanha de caju, sementes de sésamo e especiarias. 

Nos primeiros oito meses do ano, o maior parceiro comercial foi a África do Sul, cujo comércio com a China retomou este ano, desde que o país começou a aliviar as duras restrições que tinha imposto para combater o novo coronavírus. O comércio entre a China e a África do Sul cresceu 66 por cento (34,7 mil milhões de dólares) em comparação com o ano passado. 

Outros parceiros comerciais africanos notáveis foram a Nigéria – que é o maior mercado do continente africano para produtos chineses – Angola, Egipto e República Democrática do Congo (RDC). 

Os laços entre a China e África foram reforçados pela Iniciativa “Faixa e Rota”, o plano de desenvolvimento maciço de comércio e infraestruturas da China, que financiou a construção de autoestradas, centrais hidroelétricas e ferrovias em todo o continente. 

No entanto, analistas citados pelo South China Morning Post (SMCP) atribuíram o crescimento do comércio bilateral em 2021, tanto das importações como das exportações, aos aumentos dos preços de mercadorias, incluindo metais e petróleo. No ano passado, quando os países implementaram duras medidas de controlo pandémico, incluindo restrições fronteiriças, de movimento e fecho de fábricas e portos, verificou-se uma quebra em mercadorias como o petróleo e o cobre. 

Uma vez que a China é o maior comprador de petróleo e metais africanos, as importações chinesa caíram em 2020. 

Os preços das principais mercadorias começaram a recuperar no final do ano passado, como o petróleo bruto, por exemplo, que recuperou de um mínimo histórico de menos de 20 dólares americanos por barril, em abril e maio de 2021, para cerca de 80 dólares. 

As autoridades chinesas afirmaram que estão a fazer esforços para importar mais produtos agrícolas, e Pequim assinou acordos comerciais com o Quénia, Tanzânia, Etiópia, Maurícias e Ruanda. 

Wu Peng, diretor-geral do departamento de assuntos africanos do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, disse no mês passado que Pequim estava a trabalhar em medidas para acelerar as exportações de produtos agrícolas africanos para a China, com detalhes que deverão ser revelados no próximo mês, no Fórum de Cooperação China-África em Dacar, Senegal. 

Hannah Ryder, diretora executiva da Africa Reimagined, uma consultora baseada em Pequim que ajuda as marcas africanas a navegar no mercado chinês, disse ao SCMP que a procura de produtos africanos, especialmente agrícolas, está a aumentar, aliada ao aumento dos rendimentos por parte da população chinesa.  

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