Masterchef é uma competição de culinária que coroa os cozinheiros mais talentosos e criativos em todo o mundo. Na edição deste ano do Reino Unido, Sandy Tang, de 24 anos, originária de Macau, ficou no top 3. “Cheguei às finais, havia 60 concorrentes, por isso fiquei muito orgulhosa”, disse ao PLATAFORMA.
Embora Sandy não tenha levado o título de Masterchef, todos concordam que foi uma estrela no concurso, dando uma boa impressão com os seus pratos e uso inteligente dos ingredientes. “Ser finalista do Masterchef foi uma bênção. Significou muito para mim. Durante a competição aprendi a cozinhar sob pressão, bem como cozinhar para muitas pessoas e conheci ainda o Albert Adrià”, revelou.
Sandy mudou-se para o Reino Unido há oito anos e quando chegou viveu com uma família inglesa. Segundo ela, naquele tempo, passavam muito tempo na cozinha a preparar as refeições, a partilhar receitas e foi aí que a sua curiosidade e paixão pela comida aumentaram. “Quando era mais nova, não cozinhava nem passava tempo na cozinha. A minha mãe era muito protetora sobre esses assuntos e não me deixava cozinhar ou tocar em nada. É assim em quase todas as casas asiáticas, as nossas mães não deixam que as crianças usem a cozinha com frequência”, explicou.
Tang é consultora de profissão, mas cozinha por amor. Vê a culinária como o seu “plano de reforma” e quer continuar com a prática por muito tempo porque cozinhar a faz feliz.
A chinesa também aprecia o facto de ter nascido e crescido em Macau, bem como ter sido exposta a uma fusão de sabores na região. “Em Macau, temos diferentes opções, habituei-me a diferentes tipos de comida. Habituei-me a comer comida portuguesa, macaense, japonesa, tailandesa, indonésia ou filipina.”
A cozinheira afirma que as experiências com os vários sabores em Macau a tornaram forte na “invenção de novos pratos” e essa particularidade foi essencial durante toda a competição.
Ao PLATAFORMA, revela e admite que costumava subestimar a comida de Macau. “Crescendo em Macau, só se come” e não se percebe o quão especial é a comida macaense.
Tang acredita que o que torna a comida macaense especial é a mistura de sabores de ingredientes portugueses e chineses. “A comida macaense tem muitas histórias por trás da sua origem que não são contadas”, acrescentou.
Revelou-nos que espera regressar a Macau e disponibilizar as histórias dos pratos macaenses às pessoas de Macau e do mundo. Acredita que muitos pratos são “de boa qualidade” e podem ter sucesso na Internet e noutros países. “Só me apercebi do quão especial é a comida macaense quando cheguei aqui ao Reino Unido. Notei que Macau tem muitos pratos especiais que têm potencial para ser mostrados ao mundo”, assumiu.
A galinha à portuguesa é seu prato de assinatura e seu primeiro prato para preparar na competição. Sandy queria deixar claro de que é de Macau e que se orgulha da sua comida. “A galinha à portuguesa não é o prato mais fantástico que posso fazer, mas certamente representa-me a mim e a Macau, uma região repleta de alimentos diferentes.”
Percebendo que a comida é especial, Sandy dedica o seu tempo, não só para aprender mais sobre a comida macaense, mas também sobre outros tipos de comida. Está determinada a aprender o máximo que puder e por isso lê muitos livros de culinária para ter novos conhecimentos e tornar-se uma cozinheira melhor. “É muito difícil para mim escolher um tipo de comida favorito. Adoro toda a comida”, disse, ao rir-se.
Consciente de que a qualidade dos ingredientes alimentares está em declínio, Tang tornou-se apaixonada por alimentos frescos. Viver longe da cidade permitiu-lhe comprar ovos frescos e outros ingredientes de lojas agrícolas. “A minha mãe encoraja-me a cultivar os meus próprios produtos”, revelou.
O seu maior sonho é ir para uma escola de culinária em França. Aquele país, segundo ela, seria o local perfeito para “polir as técnicas de culinária e tornar-se uma profissional respeitada”.
O Plataforma de Sabores convidou-a para ser embaixadora da nossa marca e aceitou de imediato.
