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Cuidados sim, paralisia não

Paulo Rego

Macau, cidade fantasma em Fevereiro, recuperou a energia local – sem turismo – mantendo-se exemplo mundial no controlo pandémico. Europa e Américas… primeiro arrastaram a inconsciência, mas três meses bastaram para que o mundo virasse ao contrário: confinamento, imobilidade, crise económica, medo uns dos outros, angústia…

Depois da negação, veio a primeira ilusão: como num passe de mágica, tudo voltaria ao normal no verão… Mas hoje é fácil de ver: o inverno não trará boas notícias; a cura e a vacina estão longe; a economia vai piorar, antes de melhorar. Se não podes mudar o mundo; resta olhar para ele de outra forma.

A cura e a vacina não são o único motor da modernidade; não se entrega o destino a essa agonia. À escala global, urge normalizar fluxos, ainda que com cuidados excecionais. É preciso acelerar a reconversão económica; massificar os testes virológicos, reforçar a consciência e a prevenção sanitária; remodelar os cuidados primários da saúde pública… Gradual, mas decisivamente, a mobilidade tem de suprir o isolamento.

As novas regras na Grande Baía são disso um bom exemplo. Estranha-se que só a três dias do fim do corredor que ligou Macau à Europa – através de Hong Kong – tenham sido exigidos os testes à Covid-19. Porque fazem sentido e descansa toda a gente. Já se percebe que Macau abra a fronteira continental, exigindo à entrada teste virológico prévio. Contudo, neste contexto já não se entende a quarentena obrigatória a quem venha da Europa; em vez do teste feito à partida – ou à chegada.

O que parece óbvio, a massificação dos testes, é parte da solução. É certamente mais barato do que curar infeções ou deixar morrer a economia. E promove relações sociais e geoestratégicas, nesta altura asfixiadas. Nos próximos meses é preciso encarar a exceção com mais normalidade. Cuidados sim – todos. Paralisia não – obrigado.

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