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Na rota das grandes marcas

Lembro-me do bem do brilhozinho nos olhos do Ricardo Pinto quando, há cerca de cinco anos, estava eu cá de férias, tentou convencer-me a voltar, mês e meio depois, para assistir à primeira edição do Rota das Letras. Confesso que, feliz pela iniciativa, e rendido àquele entusiasmo, não percebi na altura a verdadeira dimensão intelectual e a relevância sóciocultural que o festival literário hoje tem. É por isso que uns fazem e os outros aplaudem.

A verdade é que hoje percebo muito mais do que isso: do ponto de vista da relação de Macau com as mais diversas formas de ver e de pensar o mundo, mas também no que toca à afirmação nacional e internacional da RAEM, como cidade tolerante e local de cultura, estamos em presença de um evento incontornável, que se transformou numa das marcas de referência da Região. Na minha opinião, só comparável ao Festival Internacional de Música e, com muito boa vontade, talvez ao Festival de Artes.

Nem sempre se consegue que uma visão tenha pernas para andar; há sempre erros de percurso e obstáculos mais ou menos esperados; e uma boa ideia, por mais brilhante que seja, nem sempre tem lugar na história dos grandes feitos. Mas o Rota das Letras já não deixa dúvidas. A aposta nas escolas e nas universidades, a conquista de uma centralidade, no Antigo Tribunal, a riqueza e a diversidade dos escritores convidados… Conjugam-se para o sucesso de um festival que, é público e notório, tem todo o direito de ambicionar a profissionalização e a internacionalização.

Há outra coisa rara em Macau, que já fez a prova dos cinco: o consenso. Começando pelo Chefe do Executivo, passando pelo secretário da tutela e pelo Instituto Cultural, acabando na opinião publicada e nos frequentadores do festival – das escolas ao público – há uma adesão plena que se sente em todas as sessões, nos escritos e nas conversas de café. E já não estamos a falar de desejos iniciáticos, mas sim de dados firmes e consequentes. 

O Rota das Letras só pode crescer e ser feliz. 

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