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Luís Sá de Andrade – LOUVA-A-DEUS

Parece que o mais novo dos Kim da Coreia do Norte subiu a uma montanha depois de ter estado parado, por causa da gota.
Do alto da montanha poderia ter dito, como o diabo, “dar-te-ei tudo isto se me adorares” mas preferiu não se comprometer e optou pela habitual linguagem gongórica que herdou das gerações anteriores. “Subir ao Monte Paektu é um nutriente mental mais poderoso de qualquer arma nuclear”, disse ele, numa comparação bastante sofrível.
Quando os seus antecessores morreram (é verdade, eles também morrem), os escribas do regime estiveram bem acima desta probreza. Por exemplo, segundo a KCNA, na morte do primeiro dos Kim, em 1994, um bando de pegas (pássaros, honny soit..) aterrou num monumento ao fundador do país e recusou dali sair, nem sob a ameaça de lança-chamas. As mesmas pegas, agora acompanhadas por ursos, voltaram ao monumento quando morreu Kim Jong Il, em 2011. “Os ursos, uma mãe e crias, estão na estrada a chorar tristemente”, anotou a mesma agência KCNA.
A verdade é que na hagiografia local já vi parecido, pois, como sabem os que acompanham estas coisas, a megalomania é um prato que se serve quente e a dobrar. Não é por acaso que Louva-a-Deus também significa dizer Põe -Mesa, mas creio que o fenómeno das grandezas tem a ver com a geração.
Na outra dinastia célebre, o primeiro dos Bush, soube parar a cavalaria a tempo na estrada de Bagdad. Se era oara derrubar um ditador, então ele teria que ir à Arábia e à Jordânia e… nunca mais sairia do Médio Oriente.
Já o seu filho W viu ursos a voar tristemente sobre os campos de petróleo de Sadr e, com a ajuda dos “minime“ do Açores, chamou-lhe armas de destruição massiva.
Está-lhes no sangue.

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