Foram 28.213.003 que visitaram Macau em 2023, o primeiro ano pós-pandemia. Face ao ano passado, é uma variação positiva de 395 por cento. Comparando a 2019, ano em que Macau recebeu mais de 39 milhões de turistas, a cidade recuperou 72 por cento desse volume.
Os visitantes de Hong Kong são os únicos que praticamente já regressaram na totalidade (98 por cento), e têm ganho peso naquilo que é a estrutura do turismo local (já representa mais de um quarto dos visitantes). Esse contexto, aliado ao reforço da promoção na região vizinha, pode resultar num volume de visitas ainda maior do que em 2019, quando a cidade recebeu 7.35 milhões.
Para Glenn McCartney, especializado em gestão e turismo, tudo indica que em 2024 se “ultrapasse” o registo de 2023 e, sendo assim, é também provável que haja mais visitantes face a 2019 – a diferença entre os dois é de 150 mil visitas . O académico da Universidade de Macau aponta para o desenvolvimento da rede de transportes entre as duas regiões como o fator “essencial”.
Na sua opinião, a Ponte de Hong Kong-Macau-Zhuhai “provou ser um grande catalisador para as visitas de Hong Kong a Macau após a pandemia, muito devido ao preço da viagem, bem como à frequência, com autocarros que partem a cada 5-10 minutos. Isto sem contar com o número crescente de carros com dupla matrícula”.
O analista não esquece o serviço de ‘ferry’, que tem também “uma longa história” e é um meio de transporte “bem conhecido” entre os residentes de Hong Kong.
Só pelas condições oferecidas por estes corredores de transporte, acredita que estão criada “condições favoráveis para que os turistas de Hong Kong que visitam Macau ultrapassem os números de 2023”, sublinhando que o serviço de autocarros ainda não é conhecido por todos na região vizinha.
As autoridades estão confiantes de que já este ano atinjam os 33 milhões, ou seja, 84 por cento do volume registado na pré-pandemia. A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) remete para aquilo que tem sido a média diária de entradas em Macau para chegar a essa estimativa – 80 mil durante a semana e 100 mil ao fim de semana.
Nota, contudo, que é necessário um esforço adicional para atrair visitantes internacionais, algo que tem faltado em Macau. Em 2019, os mercados turísticos fora da Grande China representaram cerca de 8 por cento do volume total de turistas. Esse número foi ainda mais baixo em 2023, passando para cinco por cento.
Maria Helena de Senna Fernandes, diretora da DST, já avançou que o Governo vai financiar parte dos bilhetes dos turistas, ao pagar às companhias aéreas.
Além disso, até junho, a DST vai organizar eventos para promover Macau junto de países do sudeste asiático, como na Tailândia ou Malásia. Vai também haver uma maior aposta da promoção em Hong Kong, cidade através do qual chegam vários visitantes internacionais a Macau. Na segunda metade do ano, a promoção vai virar-se para o Continente.
A recuperação do mercado Continental tem sido mais lenta, estando em falta quase nove milhões de turistas face a 2019. Taiwan também está a pouco menos de metade (508.489) e o mesmo acontece com os mercados internacionais (1.495.566).