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“Sinto-me profundamente honrado por ter sido nomeado como delegado da CE-CPLP na China”

A Confederação Empresarial da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP) nomeou o empresário de Macau, Wu Zhiwei, como o primeiro delegado especial na China. Numa entrevista ao PLATAFORMA, o também dono da Quinta da Marmeleira, uma empresa produtora de vinhos em Alenquer, fala dos planos que tem para facilitar e acrescentar à parceria comercial sino-lusófona.

Victoria Man

– Quais são os seus objetivos como primeiro representante permanente da CE-CPLP na China?
Wu Zhiwei – Como empresário de Macau, sinto-me profundamente honrado por ter sido eleito como o representante permanente da CPLP na China. Isso reflete claramente o progresso feito ao longo dos últimos 20 anos, com o apoio do Governo Central chinês, na promoção do papel de Macau como ponte entre a China e os Países de Língua Portuguesa. A cooperação comercial tem crescido com a participação ativa de empresários de Macau, sendo reconhecida e valorizada pelos governos da China e dos Países de Língua Portuguesa. Como o primeiro representante da CPLP na China, continuarei a desempenhar o papel de ligação entre as empresas, trabalhando para facilitar parcerias comerciais China-Lusofonia, promovendo o comércio e o investimento entre Macau e a Zona de Cooperação Profunda Hengqin Guangdong-Macau, bem como fomentando o intercâmbio cultural e o contato entre pessoas, contribuindo assim para expandir e fortalecer o papel de Macau como plataforma sino-lusófona e para impulsionar a cooperação comercial e o intercâmbio cultural entre os países.

“Macau, aproveitando a vantagem da política ‘Um País, Dois Sistemas’ e a sua singularidade linguística e cultural, desempenha um papel distinto como ponte nas relações e comércio entre a China e os Países de Língua Portuguesa”

– Que contribuições únicas este cargo e o escritório oficial estabelecido em Macau trarão para Macau como ponte entre a China e Portugal?
W.Z. – A eleição do primeiro representante permanente da CPLP na China, bem como a abertura do seu escritório em Macau, demonstra claramente o reconhecimento dos governos e das empresas dos nove países da CPLP da importância de Macau como uma ponte entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Este ano também marca o 20.º aniversário do Fórum de Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. O local permanente deste Fórum é Macau, onde foram realizadas cinco edições ministeriais e uma edição especial de nível ministerial, tornando-se a conferência internacional de maior nível já realizada em Macau. Isso reflete o apoio do Governo chinês à utilização das vantagens de Macau como uma importante plataforma de serviços comerciais na cooperação comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Além disso, o desenvolvimento da plataforma sino-lusófona tem impulsionado a diversificação económica de Macau. Atualmente, a RAEM é uma plataforma de serviços abrangente que promove o desenvolvimento conjunto em áreas como pesquisa, medicina tradicional chinesa, cultura e turismo, feiras e exposições comerciais, cooperação financeira e empreendedorismo juvenil.

“Portugal foi o primeiro país europeu a assinar um acordo de cooperação ‘Uma Faixa, Uma Rota’ com a China e também o primeiro país da União Europeia a estabelecer formalmente uma ‘Parceria Azul’ com a China”

Em resumo, apesar do seu reduzido tamanho, Macau, aproveitando a vantagem da política ‘Um País, Dois Sistemas’ e a sua singularidade linguística e cultural, desempenha um papel distinto como ponte nas relações e comércio entre a China e os Países de Língua Portuguesa, fazendo contribuições significativas. Acredito que o estabelecimento do representante na China e do escritório de representação contribuirá ainda mais para aprofundar a cooperação sino-lusófona nas áreas de comércio, finanças, alta tecnologia e outras, promoverá as oportunidades de Macau, da Nova Zona de Hengqin e da Área da Grande Baía, e ajudará os Países de Língua Portuguesa a estabelecerem relações de cooperação económica mais próximas com a China.

– Sendo um empresário com negócios em Portugal, como descreve a cooperação empresarial entre a China, Portugal e outros PLP?
W.Z. – A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) abrange nove países na Europa, Ásia, África e América Latina, com uma população total de cerca de 250 milhões de pessoas. Entre esses países, Portugal foi o primeiro país europeu a assinar um acordo de cooperação ‘Uma Faixa, Uma Rota’ com a China e também o primeiro país da União Europeia a estabelecer formalmente uma ‘Parceria Azul’ com a China. A cooperação entre os dois países sob o quadro ‘Uma Faixa, Uma Rota’ tem sido ampla e frutífera, com um futuro promissor. A China tem sido o maior parceiro comercial de Portugal na Ásia ao longo dos anos.
De janeiro a abril de 2023, o comércio bilateral entre a China e Portugal atingiu 2.81 mil milhões de dólares americanos. Além disso, vários Países de Língua Portuguesa, como Angola e Moçambique, têm participado ativamente na iniciativa internacional ‘Uma Faixa, Uma Rota’. Acredito que, com a ajuda de Macau como ponte e plataforma, mais Países de Língua Portuguesa vão aderir à iniciativa, transformando a cooperação sino-lusófona num novo paradigma de cooperação sob o quadro ‘Uma Faixa, Uma Rota’. Isso contribuirá para que o povo chinês e dos países lusófonos se conheçam melhor e promoverá a construção de uma comunidade de destino comum para a humanidade.

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Generalist media, focusing on the relationship between Portuguese-speaking countries and China.

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