Um alimento.
Vou escolher um por uma razão: estamos na época dele – as sardinhas. Representam duas coisas: um peixe sustentável, que diria que é acessível a todas as pessoas, e que é das formas mais simples de comer peixe, que é grelhado, que é o que é mais conhecido e a forma mais tradicional de o consumirmos. E sardinhas lembram sempre uma boa altura, lembram verão, família, as sardinhadas, peixe grelhado ao ar livre.
Comer.
Para mim, tem duas formas: porque temos fome e porque nos dá prazer. Tento aliar sempre as duas coisas – inclusive, quando tenho fome e como mal, fico chato, fico com birra e faz-me alguma confusão, pessoas que não valorizam o ato de comer. Comer não tem de ser caviar, nem lagosta, é comer bem, de preferência bem acompanhado e ser um dos atos diários que são importantes na nossa vida. Ir a um restaurante e não ir lá pela comida, como cozinheiro e como alguém que gosta muito de comer, faz-me imensa confusão.
Empratar.
Empratar é importante. Quando olhamos para um prato e o julgamos, a primeira coisa que acontece é os olhos, é o primeiro sentido. Costumo inclusive dizer que é o sentido que mais nos engana, porque olhamos, tocamos, cheiramos, ouvimos e só finalmente é que saboreamos. O primeiro impacto é importante, não pode ser nunca o mais importante, tem de ser o conjunto de todos os outros e se o conjunto de todos os outros funcionar. Se o empratamento for muito bonito, mas tudo o resto não funcionar, vira um bom empratamento e uma grande desilusão no final.
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