O número de milionários cresceu 6,3% em todo o mundo, superando os 20 milhões, e as respetivas fortunas aumentaram 7,6%, somando 80 biliões de dólares (67,2 biliões de euros), revela o World Wealth Report (WWR).
Segundo as conclusões da edição de 2021 do relatório da Capgemini, hoje divulgadas, “impulsionada pela subida dos mercados de capitais e pelos estímulos governamentais à economia para fazer face aos impactos da pandemia, a região da América do Norte ultrapassou a da Ásia-Pacífico e tornou-se o líder mundial dos multimilionários e das grandes fortunas em 2020”.
A edição que assinala o 25.º aniversário do WWR aponta que, “em 2020, o segmento dos multimilionários liderou o crescimento quer do número de milionários, quer do volume de riqueza: 9,6% e 9,1%, respetivamente”.
Já “o número de milionários e de milionários com fortunas de médio porte, bem como o seu nível de riqueza, cresceram menos: 6% e 8% respetivamente”, refere.
De acordo com o estudo da Capgemini, apontado como “o mais antigo e um dos mais referenciados do mundo sobre a riqueza”, os milionários “envolveram-se mais nos seus investimentos nos últimos 25 anos, procuram mais aconselhamento e querem que este seja cada vez mais abrangente”.
“Num cenário em que há um número crescente de ‘players’ tecnológicos a dedicarem-se à gestão de patrimónios, as empresas especializadas neste segmento de atividade precisam de se destacar, oferecendo serviços de consultoria suportados pelas tecnologias mais inovadoras do mercado e por modelos de negócio hiperpersonalizados”, nota o relatório.
Segundo refere, “com a covid-19 a provocar a terceira grande convulsão económica do século XXI, as lições apreendidas com a bolha tecnológica de 2002 e com a crise financeira mundial de 2008 continuam a fazer sentir-se e mantém-se a tendência dos HNWIs para serem eles próprios a fazer os seus investimentos quando o mercado está em alta, mas a procurarem aconselhamento durante os períodos de crise e de maior volatilidade”.
Neste contexto, o World Wealth Report considera que “os serviços híbridos de consultoria, baseados em relações humanas e ferramentas digitais, abrem novas oportunidades para as empresas de gestão de património”.
“Os avanços tecnológicos, a mudança das dinâmicas sociais, os novos ‘players’ do ecossistema, a democratização da gestão dos investimentos, a ascensão dos canais digitais e os ativos irão impactar o sucesso ou o fracasso das empresas de gestão de património no futuro”, sustenta, salientando que, “atualmente, os milionários estão interessados em modelos híbridos e procuram cada vez mais um misto de interações digitais e de relacionamentos diretos”.
O World Wealth Report 2021 da Capgemini abrange 71 países, que totalizam mais de 98% do rendimento nacional bruto e 99% da capitalização bolsista a nível mundial.
Para a edição de 2021 do estudo ‘Global HNW Insights Survey’ da Capgemini foram inquiridos mais de 2.900 milionários em 26 grandes mercados nas regiões da América do Norte, América Latina, Europa, Médio Oriente e Ásia-Pacífico.
Foram realizados inquéritos e entrevistas a mais de 100 executivos de gestão de património que representavam empresas exclusivamente especializadas em gestão de patrimónios, bancos, empresas de corretores independentes e ‘wealth management executives’ de 17 países/mercados sobre os esforços de transformação digital, as estratégias de colaboração e as tendências do setor.