A caminho do amanhã

Bem-vindo Dinis Chan. O reforço da língua chinesa, da juventude, do compromisso com a comunidade chinesa de Macau e do bilinguismo, é um dos sinais que damos hoje, para o nosso amanhã.
A dinâmica dos processos de transição expõe a dificuldade que a velha mentalidade tem em perceber que ser diferente, fazer de outra maneira, juntar forças… é completamente diferente de dividir, bloquear, conflituar…
A harmonia não significa pensarmos todos o mesmo, sermos todos os iguais, seguirmos a uma só voz. É preciso um novo equilíbrio, que encontre força na diferença, na compreensão mútua, na colaboração… Esse é o grande desafio que temos pela frente, seja qual for a geografia, a cultura e o regime em causa.
O combate à pandemia, no qual a China dá cartas – Macau em especial – é muito difícil. Não se resolve em conversas de café, muito menos com informação deficiente, negacionismos e outros radicalismos. Dependemos das autoridades e nelas temos de confiar. O que não quer dizer que não se deva refletir, sugerir, contestar desequilíbrios e trocar visões. A somar, porque não há iluminados e as dúvidas são mais que muitas.
Já na recuperação da vida das pessoas, e da economia, o debate e a reflexão estão a ser tolhidos pelo medo. E esse é um perigo que, não sendo comparável ao da pandemia, está em todo o mundo a ter consequências dramáticas.
Não é possível viver mais um ano à espera de que tudo passe. É preciso assumir que a economia, o trabalho, a mobilidade… devem gradualmente recuperar, de acordo com a medição do risco e os cuidados individuais e coletivos proporcionais à circunstância. Juntos, por sector, por comunidade, por regiões… é preciso encontrar formas de gradualmente recuperar o ritmo da vida.
Não pode ser a vida normal; mas não pode deixar de ser vida. É diferente durante a pandemia, mas também depois de a debelarmos. Encontremos o trilho hoje, a caminho do amanhã.
*Diretor-geral do Plataforma
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