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“É compreensível o silêncio” de Pequim

Johnson Chao

O analista Sonny Lo considerou “compreensível o silêncio” de Pequim ao não comentar os resultados conhecidos das eleições presidenciais norte-americanas, que dão a vitória ao candidato do Partido Democrata, Joe Biden.

“A China não quer dar uma imagem de reconhecimento de nenhum candidato antes de qualquer anúncio formal dos resultados das eleições nos Estados Unidos”, disse ao PLATAFORMA o também académico, ao comentar o porquê de as autoridades chinesas manterem o silêncio, passados 10 dias sobre a eleição. 

Para Sonny Lo, “os líderes chineses não querem criar uma imagem de aliar-se a Biden tão cedo. Portanto, o silêncio chinês é compreensível”, assinalou.

Para o académico Eylo Yu, a situação eleitoral nos EUA “não está clara até agora”. 

“Existem muitas notícias diferentes. Também há rumores de que líderes estrangeiros têm sido convidados pela equipa de Joe Biden a enviar-lhe felicitações. Portanto, a situação é difícil de avaliar neste momento”, disse ao PLATAFORMA.

O anúncio da vitória do candidato democrata, Joe Biden, na corrida à Casa Branca, foi avançado pelos principais órgãos de comunicação social norte-americanos no passado dia 7. Mas, oficialmente, não houve ainda um anúncio formal das autoridades eleitorais dos Estados Unidos a confirmarem a eleição de Biden, na corrida com o rival republicano e presidente, Donald Trump.

A isto soma-se um conjunto de recursos judiciais, alguns já em curso, interpostos pelo candidato derrotado a exigir a recontagem de votos, alegando ilegalidades e fraudes eleitorais.

Do lado de Pequim, que sob a Administração Trump teve de enfrentar e lidar com uma guerra comercial decretada por Washington, as palavras, até agora, são poucas ou nenhumas.

Registo apenas para uma vaga resposta do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, na passada segunda-feira, dizendo que a China percebeu que Joe Biden tinha anunciado uma bem-sucedida eleição.

Quando questionado sobre quando é que Pequim emitirá uma mensagem de felicitações ao vencedor, Wang Wenbin assegurou que a China “tratará a questão de acordo com as práticas internacionais”. 

“Sempre defendemos que a China e os Estados Unidos devem fortalecer a comunicação e o diálogo, administrar as diferenças com base no respeito mútuo, expandir a cooperação com base no benefício mútuo e promover o desenvolvimento saudável e estável das relações sino-americanas”, concluiu.

Oficiosamente, o resultado das eleições que dá a vitória a Biden foi avançado pela agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP), anúncio logo seguido pela maioria dos órgãos de comunicação social locais, designadamente as cadeias de televisão CNN e NBC.

Dados disponíveis indicam que o candidato do Partido Democrata recolheu 77,4 milhões de votos (50,8 por cento) e conseguiu 290 votos do colégio eleitoral, mais 20 do que os necessários (270) para assegurar um mandato de quatro anos na Casa Branca. O rival do Partido Republicano, o presidente Donald Trump, recebeu 72,3 milhões de votos (47,4 por cento) e 232 votos eleitorais.

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