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Objetivo: 5 milhões de turistas

Grupo de empresários quer mobilizar Governos dos dois países e investidores para que no período de cinco anos o Brasil receba cinco milhões de turistas chineses. 

Em 2018, o Brasil acolheu apenas 58 mil visitantes da China, correspondendo a uns meros 0,38 por cento dos cerca de 150 milhões de turistas chineses que no passado viajaram pelo mundo. O valor mais elevado verificou-se em 2014 – ano do Mundial de Futebol, não tendo ido além de 70 mil chineses. A Confederação Nacional de Serviços (CNS) do Brasil quer mudar radicalmente a situação. 

O presidente fundador da CNS, Luigi Nese, revelou ao PLATAFORMA que tem em mãos um plano para que no futuro o número salte exponencialmente para cinco milhões ao longo de uma período de cinco anos.  Para concretizar a meta, a CNS tem estado em contactos com empresários e investidores chineses, e com os Governos centrais dos dois países, além de Governos estaduais. Em Macau, a CNS designou uma “embaixadora” para auxiliar os empresários a atingir os objetivos, a empresária macaense Rita Santos. 

“Destacamos o potencial para o turismo chinês da zona da Amazónia em virtude dos grandes atrativos da natureza”, afirma Luigi Nese, salientando que “será  necessária uma aposta forte ao nível das infraestruturas turísticas, hoteleiras, de transportes e logística”. Para dar seguimento a essa estratégia, Nese acredita que surgirão investidores chineses com interesse em aproveitar as potencialidades do mercado turística brasileiro. Esta foi uma mensagem chave que o CNS trouxe a Macau ao Fórum de Economia de Turismo Global (GTEF, na sigla em inglês), onde o Brasil e Argentina estiveram em foco como países convidados. A delegação brasileira foi liderada pelo Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que procurou desvalorizar o impacto dos incêndios que têm fustigado a Amazónia no setor do turismo. Antônio realçou que o Governo federal tem trabalhado na  “expansão de cruzeiros marítimos pelo país”, no “maior programa mundial de concessões e privatizações” ao nível de acessibilidades, bem como na “criação de áreas especiais de interesse turístico, dotadas de regras diferenciadas de licenciamentos”, enumerou. O ministro defendeu ainda que estas áreas especiais de interesse turístico podem transformar-se “em grandes polos de atividades económicas, a partir da implantação de empreendimentos, hotéis e parques temáticos”. Numa mensagem de vídeo emitida durante a sessão de inauguração do GTEF, vice-Presidente brasileiro, Hamilton Mourão garantiu uma aposta no turismo através da atração de investidores privados. “O nosso Governo está a focar-se no setor privado e a tomar medidas para desenvolver a indústria [turística]”, através do “investimento em infraestruturas aeroportuárias e novas tecnologias”, afirmou. Segundo Marcelo Álvaro Antônio, o turismo deverá ser um dos temas na agenda do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, durante a visita que vai efetuar a Pequim na próxima semana entre 24 e 26 de outubro. Além da captação de investimento, a facilitação na concessão de vistos  é outro aspeto central. O Governo brasileiro está a preparar instituir o “visto eletrónico” para visitantes da China além da isenção de vistos para chineses que já possuem vistos, quer para a União Europeia, quer para os Estados Unidos ou Argentina, referiu Antônio. 

O responsável afirmou ainda que vai ser aumentado de dois para 12 o número de centros de emissão de vistos na China. 

Pansy Ho: casinos de Macau de olho no Brasil

A empresária Pansy Ho disse que “a experiente indústria do jogo de Macau” veria com interesse um possível investimento no Brasil, caso o país opte pela abertura de casinos em ‘resorts’.
A multimilionária e acionista de referência de um dos operadores do jogo em Macau, a MGM China, frisou que não se pode esquecer que o Brasil “é uma das maiores economias da América Latina” e que o interesse dependerá sempre das condições futuras, de critérios e expectativas a serem definidos.
“Os operadores e ‘resorts’ integrados de Macau têm obviamente experiência e ‘know how’”, pelo que um investimento nesta área seria sempre atrativo, tanto para os promotores do jogo no território, como outros espalhados pelo mundo, sublinhou aquela que é também embaixadora da Organização Mundial do Turismo, agência especializada da ONU.
Numa conferência de imprensa após a sessão inaugural do Fórum de Economia de Turismo Global no qual o Brasil e a Argentina são convidados de honra, Pansy Ho ressalvou que não fez qualquer contacto direto com o Governo brasileiro, apesar de “esta situação ter sido levantada, como conceito”.

José Carlos Matias 18.11.2019

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