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Poderá Moon Jae-in apaziguar a península coreana?

Moon Jae-in assume a liderança da Coreia do Sul numa altura em que a península coreana se encontra numa situação tensa de guerra iminente. As tarefas a realizar são muitas, situando-se a questão nuclear da Coreia do Norte no topo da lista, e seguindo-se as relações do país com a China, os Estados Unidos e o Japão. Todas estas tarefas estão interligadas num complexo emaranhado.

No que diz respeito a convencer a Coreia do Norte a abandonar os seus planos nucleares e a concretizar a desnuclearização da península, Moon Jae-in já referiu várias vezes que está disposto a abrir o diálogo caso a Coreia do Norte abandone os planos, e anunciou que irá gradualmente implementar políticas de proibição de centrais nucleares a favor de energias renováveis, tomando a iniciativa de desnuclearização da península.

Relativamente às relações com a China, Moon Jae-in está ciente de que a razão para o mau estado das relações bilaterais reside na questão do sistema antimísseis THAAD. Por esta razão, o Presidente sul-coreano encaminhou para Pequim um enviado especial para discutir com Xi Jinping o assunto e anunciou o início de uma investigação a vários sistemas THAAD, declarando que estes sistemas devem ter o seu impacto ambiental avaliado e devem ser alvo de deliberação parlamentar.

Isto demonstra que Moon Jae-in também não concorda com a instalação de sistemas THAAD dentro das suas fronteiras, esperando assim reduzir os sentimentos de descontentamento da China em relação à aliança militar da Coreia do Sul com os Estados Unidos e ao facto do país ser dependente dos Estados Unidos em matérias políticas, económicas e de segurança.

Embora Moon Jai-in seja um fiel apoiante do ex-Presidente sul-coreano Chun Doo-hwan, espera não deixar o seu cargo nas mesmas circunstâncias. Por isso, para além de enviar um representante especial aos Estados Unidos para explicar as suas medidas relativamente ao sistema THAAD, no final do mês Moon Jae-in irá deslocar-se aos Estados Unidos para a sua primeira visita oficial como Presidente, durante a qual irá explicar a Donald Trump a sua situação complicada e a importância da aliança entre os dois países, de forma a ganhar simpatia e apoio contínuo.

No que diz respeito às relações com o Japão, a Coreia do Sul sempre manteve um olhar de desconfiança sobre este país devido ao seu passado bélico. Apenas quando o seu irmão mais velho norte-americano quis criar uma aliança militar entre os Estados Unidos, o Japão e a Coreia do Sul é que o país iniciou relações mais próximas com o vizinho nipónico. Ainda assim, o sentimento nacional ainda é de rancor. Por isso, quando o Japão pediu à Coreia do Sul a assinatura de um acordo relativo às chamadas mulheres de conforto, Moon Jae-in afirmou claramente que o povo sul-coreano recusa tal acordo, declarando também que o acordo não impede investigações e pedidos de indemnização por parte de organizações não-governamentais pelos crimes japoneses relacionados com as mulheres de conforto.

Os resultados conseguidos por Moon Jae-in em menos de dois meses de presidência parecem bastante positivos. Embora a Coreia do Norte ainda efetue testes com mísseis, o clima parece ligeiramente mais moderado. Quanto ao futuro da península, resta agora esperar para ver se Moon Jae-in consegue dar mais um passo em frente.

‭ ‬DAVID Chan 

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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