Um conjunto de questões acumuladas será abordado durante a próxima Reunião de Líderes do G20 em Hangzhou, na província de Zhejiang no leste da China. Numa altura em que a economia mundial está a ter dificuldades em recuperar da crise financeira global, mostrando ainda uma trajetória de baixo crescimento e desemprego elevado, o G20 está empenhado em transitar da gestão da crise imediata para um mecanismo de elaboração de estratégias de governação de longo prazo para uma melhor coordenação e cooperação macroeconómica a fim de prevenir futuras crises.
Tem estado em desenvolvimento um quadro de coordenação de políticas mais estruturado desde 2014, altura em que a reunião do G20 de Brisbane estabeleceu uma meta de um crescimento adicional de 2 por cento até 2018 usando as “mais de 1000 ações”. Todos os estados membros do G20 prepararam estratégias de crescimento com um grande número de compromissos em reformas macroeconómicas e estruturais. A “agenda de Brisbane” continuou a ser desenvolvida no ano passado durante a presidência da Turquia: foram adotadas, por exemplo, estratégias de investimento específicas para cada país de forma a enfrentar as deficiências nos compromissos de crescimento.
Após assumir a presidência do G20 este ano, a China colocou uma ênfase particular nas reformas para promover o potencial de crescimento da economia mundial a médio ou longo prazo. A este respeito, foram identificadas nove áreas prioritárias de reforma estrutural, estando em curso os princípios orientadores e um conjunto de sistemas de índices para avaliar os avanços e os resultados das reformas.
A introdução da inovação na agenda do G20 de forma a promover o crescimento potencial constitui o avanço mais significativo e será certamente um ponto alto da reunião de Hangzhou. Fazendo da inovação uma das suas quatro prioridades primordiais, a China identificou também o “desenvolvimento conduzido pela inovação” e a “inovação transversal em ciência e tecnologia” como motores de crescimento.
A terceira e última reunião Sherpa em Xiamen, na província de Fujian no leste da China, entre 23 e 25 de junho deste ano, assinalou que a inovação, como parte da nova agenda de crescimento, seria um ponto fulcral na reunião de Hangzhou. O resultado concreto destes esforços consiste no modelo do G20 para o crescimento conduzido pela inovação, nos planos de ação da Nova Revolução Industrial assim como o desenvolvimento e cooperação na economia digital.
A iniciativa de cooperação da China em África para apoiar a industrialização dos países do continente é uma medida muito importante. A sua abordagem holística tem o intuito de ligar o processo de industrialização com o desenvolvimento de infraestruturas e do comércio. Por outro lado, a agenda infraestrutural de 2016 da China destaca as infraestruturas que reforçam a conetividade (ajudar a desenvolver uma economia mundial interligada é uma das prioridades centrais da China), o que é essencial para fornecer ligações regionais e inter-regionais às regiões em desenvolvimento e facilitar o comércio.
Para além disso, no seguimento da decisão em Antalya, Turquia, de alinhar as agendas das Nações Unidas e do G20, a China incitou os membros do G20 a prepararem os seus planos nacionais para a implementação da Agenda de 2030. Com base nestes planos, será apresentado aos líderes do G20 um plano de ação coletivo, o que poderá ser outro ponto alto da reunião de Hangzhou.
FERIDE INAN