Quatro coleções de insetos recolhidos em áreas remotas do Parque Nacional da Gorongosa foram entregues em setembro ao Museu de História Natural de Maputo.
O acervo integra “alguns dos mais belos tesouros naturais de Moçambique”, segundo um comunicado do Parque Nacional da Gorongosa (PNG), distribuído em Moçambique.
“Enormes besouros couraçados, extraordinários exemplares de gafanhotos, grilos e esperanças e bonitos louva-a-deus, os mais refinados predadores do mundo dos insetos”, descreve o documento, sobre as coleções entregues ao prestigiado museu da capital moçambicana.
O Museu de História Natural de Maputo “é detentor da maior coleção de insetos da região da Cahora Bassa”, lembrou a sua diretora, Lucília Chuquela, acrescentando: “o depósito destes espécimes no Museu vai ajudar aos investigadores nacionais e estrangeiros no estudo da fauna do Parque Nacional da Gorongosa”.
O diretor do PNG, Mateus Mutemba, referiu que “todos os espécimes foram identificados por especialistas e representam as três primeiras ordens de insetos (Coleoptera, Orthoptera e Mantodea)”, comentou Mateus Mutemba, citado no comunicado.
O Laboratório de Biodiversidade do Parque Nacional da Gorongosa foi inaugurado em março, com vista à documentação da biodiversidade da área protegida e sua zona tampão.
“Alguns dos espécimes são novos para a ciência, pelo que o processo de identificação e classificação leva mais tempo. Essas amostras serão enviadas para o Museu de História Natural, em devido tempo”, assinala o texto.
O Museu de História Natural de Maputo “tem sido historicamente o principal repositório de coleções de espécimes”, tendo já na sua posse “uma diversidade impressionante de animais grandes e pequenos”.
A colaboração entre o Museu e o Parque prevê ainda a formação de uma nova geração de cientistas moçambicanos, “os futuros administradores do extraordinário património natural do país”, através de parcerias com as universidades Eduardo Mondlane e Lúrio, estando já vários jovens a trabalhar no Laboratório da Gorongosa. O Parque Nacional da Gorongosa, situado no centro de Moçambique e no extremo sul do Grande Vale do Rift Africano, abrange “alguns dos ecossistemas biologicamente mais ricos e geologicamente diversos do continente africano” e que foram bastante danificados pela guerra civil de 16 anos terminada em 1992, a que se somaram investidas de caçadores furtivos, levando a perdas até 90% em várias populações de animais.
A recuperação do parque começou em 2005, no âmbito de um acordo celebrado em 2005 entre o Governo moçambicano e a Fundação Carr, fundada pelo filantropo e conservacionista norte-americano Gregory C. Carr.