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Justiça e Respeito: Orientação para Negociações

Editorial do China Daily*

Uma pergunta colocada por um meio de comunicação ocidental à porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, numa recente conferência de imprensa, demonstra claramente como alguns no Ocidente subestimam a determinação da China em proteger os seus interesses na guerra comercial que a administração dos EUA tem vindo a travar contra o país.

Temos fontes que nos dizem que as autoridades chinesas estão a ter dificuldades em obter orientação do lado dos EUA sobre como impedir Trump de aumentar as tarifas. Posso obter uma reação sua?” – foi a questão colocada.

Embora a China continue disponível para trabalhar em conjunto com os EUA na resolução das suas disputas comerciais através de negociações, o país nunca implorou ao lado norte-americano por qualquer tipo de “orientação” sobre como mitigar os impactos das tarifas impostas por Washington.

Embora ser procurado para ajudar possa reforçar a superioridade dos EUA, a China baseia as suas relações no respeito mútuo e na igualdade. Além disso, no que diz respeito a questões de certo e errado, a China mantém sempre o princípio da justiça.

Desde que passou a ser alvo dos ataques tarifários dos EUA em 2018, durante o primeiro mandato de Trump, as contramedidas da China foram sempre rápidas, precisas e eficazes. Se há algo que a China pediria aos EUA sobre esta guerra comercial, seria que Washington reconhecesse a natureza prejudicial e inconsequente das suas medidas arbitrárias – que não trouxeram de volta empregos para os EUA nem ajudaram a reduzir o défice comercial norte-americano com a China.

A justificação encontrada pela administração Trump no seu segundo mandato para impor tarifas à China é, no mínimo, absurda, uma vez que a crise do fentanil nos EUA resulta de problemas regulatórios internos.

Além disso, seria igualmente ridículo procurar “orientação” da administração dos EUA, uma vez que nem mesmo os seus principais responsáveis pelo comércio e economia sabem quais serão as próximas ações do presidente.

O mercado esperava inicialmente que as políticas económicas de Trump continuassem a impulsionar a recuperação económica. No entanto, as suas guerras comerciais e ameaças contra os principais parceiros comerciais dos EUA – China, Canadá, México e a União Europeia – apenas aumentaram a incerteza global.

O que tem verdadeiramente causado pânico no mercado, é a possibilidade de que a administração Trump esteja deliberadamente a criar uma recessão económica para aliviar a pressão da dívida dos EUA através da redução das taxas de juro. Recentemente, numa entrevista, Trump minimizou as fortes oscilações no mercado de ações, afirmando que não se deve dar demasiada atenção ao mercado de ações. No entanto, ao sugerir que os EUA passarão por um “período de transição”, parece indicar que turbulências e recessão são dores inevitáveis no processo de ajustamento.

Dito isto, até os próprios decisores políticos em Washington estão a “atravessar o rio sentindo as pedras” ao lidar com os complexos desafios estruturais da economia dos EUA – dos quais as tarifas são apenas uma parte visível.

Dessa forma, Mao respondeu à pergunta reiterando de forma clara e inequívoca a posição consistente da China sobre o assunto, deixando pouco espaço para mal-entendidos: “Se prejudicar os interesses da China é o que os EUA desejam, a China tomará contramedidas firmes. Se os EUA realmente quiserem resolver a questão, a atitude correta é consultar a China com base na igualdade, no respeito mútuo e no benefício mútuo, para abordar as preocupações de ambas as partes.”

A China está pronta para oferecer orientação sobre como reduzir as queixas dos EUA – através de negociações de boa-fé, que sempre defendeu como o caminho certo para resolver as diferenças comerciais entre os dois países.

* Artigo originalmente publicado no China Daily. Texto editado.

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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