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Porcham apela ao Estado português que reconheça os “serviços” de Wu Zhiwei

A Câmara de Comércio e Indústria luso-chinesa, com sede em Cantão, diz que o falecido empresário de Macau “merecia, enquanto português, uma homenagem do Estado a título póstumo”

Guilherme Rego

“Foi uma das personalidades mais dedicadas à causa Portuguesa e às relações bilaterais com a China, apoiando renovações e iniciativas da Embaixada e dos Consulados Gerais de Portugal na China”, começa por dizer João Pedro Pereira, presidente executivo da Porcham, numa nota de imprensa enviada ao PLATAFORMA.

Wu Zhiwei, conhecido empresário de Macau com negócios em Portugal, faleceu no passado dia 2 de janeiro, devido a uma falência cardiovascular súbita. O proprietário do Grupo Quinta da Marmeleira era também vice-presidente da Porcham.

“Wu Zhiwei construiu um, relevante, império empresarial na Ásia, com forte presença em Macau, Cantão e, na Europa, em Portugal!”, lê-se no comunicado, que refere outros dos feitos do empresário. “Investiu no IPOR, Instituto Português do Oriente, passando a ser acionista de referência ao lado do Instituto Camões e da Fundação Oriente. Era bemérito da Liga dos Combatentes e Sócio-extraordinário da Associação dos Comandos. Fornecia vinho português, de altíssima qualidade, ao Conselho de Estado da República Popular da China.”

Pereira aponta que, por “inúmeras vezes”, Wu colocou “os recursos humanos das suas empresas e os seus recursos financeiros pessoais ao serviços dos interesses de Portugal” e que, por isso, “merecia, enquanto português, uma Homenagem do Estado a título póstumo”.

“Neste momento difícil para a sua família e amigos, enquanto presidente executivo da Porcham, para além de evocar a sua memória, apelo às autoridades portuguesas que reconheçam, finalmente, os serviços deste nobilíssimo cidadão português!”

Também a a presidente da Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP), registou o papel desempenhado pelo delegado da CPLP no “apoio à abertura da primeira delegação da CE-CPLP na China, através de Macau, e na criação de condições para que as empresas deste universo pudessem aceder de forma mais eficiente, inteligível e segura a este mercado tão estratégico”.

Nelma Fernandes lembra que Wu Zhiwei doou a Portugal mais de 200 mil máscaras compradas na China e que foi ele o primeiro empresário português a fornecer equipamentos de proteção individual a todas as missões diplomáticas de Portugal na China.

Em 2021, numa entrevista ao NOVO, dizia que “nós, os portugueses que temos uma presença privilegiada nestas regiões do mundo, devemos saber captar, tornar-nos parceiros e encaminhar ainda mais investimento da China para Portugal”. Sobre a RAEM, salientava que “a maioria dos 180 mil portugueses em Macau não fala a língua, mas sente e tem em si a cultura e o modo próprio de ser e de estar português que nos distingue culturalmente das populações na região da Grande China. Isto é fruto de 500 anos de convivência harmoniosa”.

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