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Número de enfermeiros muito abaixo da média

Nelson Moura

A média de médicos e enfermeiros por 1.000 habitantes continua a subir e encontra-se acima da média definida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) para a região da Ásia-Pacífico. No entanto, a proporção de enfermeiros para médicos em Macau continua a ser das mais baixas na região

No final de 2022 existiam em Macau um total de 1.965 médicos, mais 4,1 por cento face a 2021, ou 2.9 médicos por 1.000 habitantes, de acordo com os dados de profissionais inscritos fornecidos pelos Serviços de Saúde.

Ao mesmo tempo, a cidade contava com 2.863 enfermeiros, mais 4,4 por cento que no ano anterior, ou 4.3 enfermeiros por 1.000 habitantes.

Quando comparado com 2018, a percentagem de médicos por 1.000 habitantes aumentou apenas 0.4 pontos percentuais, com a percentagem de enfermeiros a registar um aumento superior de 0,8 por cento.

Cerca de 906 médicos e 1.919 enfermeiros trabalhavam em hospitais locais, com 924 médicos e 487 enfermeiros empregados em estabelecimentos de cuidados de saúde primários.

Os hospitais locais contavam com 559 médicos especialistas, um crescimento de 4,3 por cento em termos anuais, com 95 médicos especialistas em medicina interna e 74 em cirurgia geral.

Não se pode descurar também os cerca de 724 médicos de medicina tradicional chinesa, empregados em 337 estabelecimentos, metade dos quais eram policlínicas.

Comparações regionais

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, globalmente, a proporção de médicos para outros profissionais de saúde era de cerca de 1/1,5.

Num relatório de 2022, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) apontou que o número de médicos por 1.000 habitantes varia muito entre os países e territórios da Ásia-Pacífico, mas geralmente é inferior à média da OCDE.

Nos países e territórios com rendimentos definidos como ‘baixos’ ou ‘médio-baixos’ da Ásia-Pacífco, existiam em média 1.1 médicos em 1.000 habitantes, enquanto que um número maior de médicos – 1.6 por 1.000 habitantes – é registado em países e territórios de rendimentos ‘médio-altos’.

Mongólia, Austrália e a Coreia do Norte têm o maior número de médicos per capita, com 3.9, 3.8 e 3.7 médicos por 1.000 habitantes, respetivamente; ligeiramente superior à média da OCDE de 3,6.

Em contraste, Papua Nova Guiné, Camboja e Ilhas Salomão têm o menor número de médicos igual ou inferior a 1 por 5.000 habitantes.

Ao mesmo tempo, o número de enfermeiros na região da Ásia-Pacífico supera o de médicos, com 1.7 e 2.1 enfermeiros por médico nos países de rendimentos ‘médio-baixos’, ‘baixos’ e ‘média-alta.

De acordo com a OCDE, Macau e o interior da China apresentam uma proporção de 1.4abaixo da média de 1.9 na região para países de rendimentos ‘médio-baixos’ e ‘baixos’ e bem abaixo dos 3.0 registados em Hong Kong.

“Os países e territórios da Ásia-Pacífico precisam responder à procura em constante mudança por serviços de saúde e, portanto, à combinação de habilidades dos profissionais de saúde no contexto de populações que envelhecem rapidamente”, aponta o mesmo relatório da OMS.

A definição de médicos da OCDE inclui médicos gerais, incluindo médicos de família e cuidados primários, e médicos especialistas, enquanto a definição de enfermeiros refere-se a enfermeiros praticantes que prestam serviços diretamente aos pacientes.

Isto inclui enfermeiras profissionais, enfermeiras profissionais associadas e enfermeiras estrangeiras licenciadas para praticar e praticar ativamente no país.

Com vista a ajudar os diversos países e territórios a alcançar uma cobertura universal de saúde até 2030, a Organização Mundial de Saúde, publicou orientações estratégicas globais que indicam como fortalecer os serviços e recursos humanos em saúde.

Durante 2022 em Macau foram atendidos 1.227.235 indivíduos nas consultas de medicina tradicional chinesa de diversos estabelecimentos de saúde, menos 6,2 por cento, em relação a 2021.

Os quatro hospitais de Macau disponibilizavam um total de 1.721 camas de internamento no fim do ano 2022, menos 23, em relação ao fim do ano 2021, com 60.609 doentes internados, mais 3,8 por cento, em termos anuais.

O período médio de internamento dos doentes foi de 8,2 dias, mais 0,5 dias, face a 2021.

As consultas externas dos hospitais receberam 1.931.195 indivíduos em 2022, menos 1,6 por cento que em 2021, com cada habitante de Macau atendido em média 2.9 vezes.

Em 2022 cerca de 373.080 indivíduos foram atendidos nos serviços de urgência, com doenças gerais a principal causa de admissão nos serviços de urgência, representando 96,3 por cento do total, seguido de gravidez (7.298) e acidentes de viação (2.239).

A RAEM contava também com 730 estabelecimentos que prestavam cuidados de saúde primários (incluindo os centros de saúde, os consultórios particulares, etc.), mais seis que em 2021.

Existiam 717 consultórios particulares, dos quais 429 são policlínicas, e ainda 13 estabelecimentos de saúde do Governo.

Nos estabelecimentos de cuidados de saúde primários foram atendidos 3.134.849 indivíduos, menos 8,2 por cento em termos anuais, com cada habitante foi atendido em média 4,6 vezes.

Com uma área bruta de construção de 420 mil metros quadrados, sete edifícios e cerca de 1.100 camas, é esperado que o novo complexo hospitalar das Ilhas no Cotai entre em funcionamento gradualmente na segunda metade deste ano.

O Peking Union Medical College Hospital (PUMCH, Hospital da Faculdade de Medicina da União de Pequim) vai gerir o futuro hospital.

A primeira fase de entrada em funcionamento do complexo será o centro para tratamento oncológico, com uma primeira fase de recrutamento de pessoal local, com vagas para 10 a 20 pessoas das áreas jurídica e informática, oficiais administrativos, entre outras funções, a ser iniciada.

Trabalhos preparatórios para o envio de médicos especialistas locais para o Hospital Pekin Union para receber formação prévia antes do exercício de funções de especialidade estão também em curso.

Ajuda de Portugal

No seu Relatório das Linhas de Acção Governativa para o Ano Financeiro de 2023, a administração da RAEM aponta como prioridades do ano, os trabalhos preparatórios preliminares para a abertura do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas, e o reforço da regulação da formação dos médicos especialistas e de enfermeiros especialistas.

Numa visita recente a Lisboa, onde se encontrou com o ministro da Saúde de Portugal, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong, indicou que Macau planeia recrutar médicos em Portugal.

De acordo com o diretor dos Serviços de Saúde (SSM) Alvis Lo, atualmente cerca de 35 por cento do total de médicos recrutados ao exterior da cidade vêm de Portugal.

A última vez que Macau lançou candidaturas para recrutar médicos em Portugal foi em 2017.

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