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China insta Hong Kong a “cortar pela raiz” qualquer risco à segurança nacional

Lusa

O Governo central chinês instou hoje o líder de Hong Kong, John Lee, a “permanecer vigilante” e “cortar pela raiz” qualquer risco à segurança nacional, alertando para as “forças destrutivas ainda à espreita” naquela região administrativa especial.

John Lee, que participou no domingo em Pequim na abertura da sessão plenária da Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo legislativo da China, reuniu-se no mesmo dia com Xia Baolong, o diretor do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês.

Citado pela imprensa de Hong Kong, Lee disse que Xia pediu-lhe que permanecesse vigilante sobre possíveis riscos para a segurança nacional.

“Pediu-nos para trabalharmos na gestão dos riscos e para termos planos preparatórios, pois ainda existem riscos para a segurança nacional e algumas forças destrutivas continuam à espreita na sociedade”, disse Lee, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post.

“Devemos atacar qualquer movimento que coloque em risco a segurança nacional, a paz pública ou a segurança de Hong Kong, cortando-os pela raiz, para que não se alastrem”, frisou.

Nas mesmas declarações, John Lee referiu que as autoridades irão “reprimir firmemente qualquer tentativa” e “responsabilizar legalmente os perpetradores”.

Lee também falou sobre o súbito cancelamento de uma manifestação pelos direitos das mulheres, que estava planeada para domingo, na região administrativa especial chinesa.

A polícia alertou que “grupos criminosos violentos” estavam entre aqueles que manifestaram interesse em se juntar à marcha, segundo o representante.

O chefe do executivo de Hong Kong disse que os organizadores são obrigados a garantir que os eventos públicos são seguros, ordeiros e legais, e seguir as instruções da polícia.

“Qualquer pessoa que não tenha confiança ou capacidade para fazer isso não deve organizar eventos públicos, pois está obrigada a assumir responsabilidades legais”, sublinhou.

Os protestos pró-democracia e a subsequente imposição por Pequim da lei de segurança nacional, em 2020, transfiguraram a região semiautónoma.

Hong Kong foi devolvida pelo Reino Unido à China em 1997, sob a política ‘um país, dois sistemas’, que visou garantir autonomia às instituições democráticas da cidade, distinguindo-a da China continental, dominada pelo Partido Comunista Chinês.

A lei resultou na prisão de ativistas, manifestantes e figuras da oposição, acusados de “atividades subversivas”, “secessão”, “terrorismo” ou “conluio com forças estrangeiras”.

De acordo com a organização internacional Amnistia Internacional, a legislação “dizimou” as liberdades no território, tornando Hong Kong num “deserto de direitos humanos, cada vez mais parecido com a China continental”, ao dar às autoridades “rédea solta” para criminalizar “ilegitimamente” a dissidência.

Segundo dados oficiais, mais de 200.000 residentes abandonaram Hong Kong nos últimos dois anos, na maior queda populacional desde que os registos começaram, há mais de meio século.

Xia Baolong, nomeado para supervisionar os assuntos de Hong Kong e Macau, em 2020, deve aposentar-se em breve, depois de deixar o cargo de vice-presidente do principal órgão consultivo político do país, a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.

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