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Uma década de golpes de Estado na África

A tomada do poder pelos militares em Burkina Faso na sexta-feira (30) foi a mais recente de uma longa série de golpes de Estado na África na última década.

2012
Mali

Em 22 de março, os militares derrubaram o regime de Amadou Toumani Touré. Um “Comitê Nacional para a Recuperação da Democracia e Restauração do Estado”, chefiado pelo Capitão Amadou Haya Sanogo, dissolveu as instituições.

Guiné-Bissau

Em 12 de abril, um golpe militar interrompeu o processo eleitoral duas semanas antes do segundo turno das eleições presidenciais. Os golpistas, liderados pelo general Antonio Indjai, afastaram o presidente Pereira e o primeiro-ministro, Gomes Junior.

2013
República Centro-Africana


Em março, os rebeldes Seleka, essencialmente muçulmanos, tomaram a capital Bangui, expulsando François Bozizé, no poder há 10 anos. Seu chefe, Michel Djotodia, se autoproclamou presidente. O país então afundou em uma crise política e de segurança que opõe principalmente milícias cristãs e animistas, os anti-balaka, e os Seleka.

Egito


Em 3 de julho, após grandes manifestações exigindo a saída de Mohamed Morsi, eleito em 2012, o exército o destituiu e o prendeu.

2015
Burkina Faso


Em 17 de setembro, menos de um ano após a queda de Blaise Compaoré, deposto do poder por uma revolta popular, o presidente Michel Kafando foi deposto por um golpe liderado por uma unidade de elite do Exército. Ele recuperou suas funções uma semana depois, após um acordo entre soldados leais e golpistas.

2017
Zimbábue


Em 21 de novembro, o presidente Robert Mugabe, o líder mais velho do planeta aos 93 anos, renunciou sob pressão do exército, de seu partido e da população, após uma semana de crise.

2019
Sudão


Em 11 de abril, Omar Al Bashir, no poder há 30 anos, foi deposto pelo exército após quatro meses de protestos populares. Foi criado conselho de transição e um primeiro-ministro civil tomou posse.

2020
Mali


Em 18 de agosto, o presidente Ibrahim Boubacar Keita foi deposto após vários meses de crise política. O golpe militar deu origem a sanções internacionais, levantadas após a formação, em 5 de outubro, de um governo de transição por um período de 18 meses para devolver o poder aos civis.

2021
Chade


Em 20 de abril, um dia após a morte do presidente Idriss Déby Itno, um conselho militar de transição presidido pelo filho do falecido presidente, Mahamat Idriss Déby, até então chefe da poderosa Guarda Presidencial, dissolveu o governo e a Assembleia Nacional. Prometeu novas instituições após eleições “livres e democráticas” em um ano e meio.

Um “diálogo nacional inclusivo” deveria começar em 15 de fevereiro de 2022, mas foi adiado, principalmente porque os grupos rebeldes que executam ataques regulares contra o governo demoram a tomar uma posição unida nas negociações com a junta militar.

Mali

Em 24 de maio, os militares prenderam o presidente e o primeiro-ministro, após a nomeação de um novo governo de transição do qual não gostaram. O coronel Assimi Goita foi empossado em junho como presidente de transição.

A junta garantiu primeiro que devolveria o poder aos civis no início de 2022. Depois, propôs prolongar a transição por vários anos.

Guiné

Em 5 de setembro, o presidente Alpha Condé foi derrubado por um golpe militar. Os golpistas, liderados pelo coronel Mamady Doumbouya, prometem uma “consulta” nacional visando uma transição política para um “governo de unidade nacional”.

Sudão

Em 25 de outubro, os militares prenderam os líderes civis das autoridades de transição, desencadeando grandes manifestações contra o novo golpe, liderado pelo general Abdel Fatah al-Burhan, cuja repressão deixou dezenas de mortos.

2022
Burkina Faso

Em 24 de janeiro, soldados uniformizados anunciam na televisão nacional que tomaram o poder, prometendo “retornar à ordem constitucional” dentro de um “período de tempo razoável”.

Em 30 de setembro, o tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba é derrubado pelos soldados e substituído à frente da junta militar por Ibrahim Traoré.

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