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Moscovo prepara vídeos falsos para justificar ataque à Ucrânia

AFP

Os EUA afirmaram esta quinta-feira terem provas de que Moscovo planeia produzir vídeos falsos de um ataque ucraniano aos russos para que sirvam de desculpa para um ataque real ao país vizinho

“Temos informações de que os russos provavelmente querem inventar um pretexto para uma invasão”, disse John Kirby, porta-voz do Departamento de Defesa.

“Acreditamos que a Rússia poderia produzir vídeos de propaganda muito gráficos que incluiriam cadáveres, atores como enlutados e imagens de lugares destruídos” para justificar a invasão da Ucrânia, declarou ele a repórteres.

Acrescentou que Washington acredita que o governo russo planeja montar um suposto ataque das forças militares ou de inteligência da Ucrânia “contra o território soberano russo, ou contra a população de língua russa”, cujos números são consideráveis em território ucraniano.

A manobra poderia dar a Moscou, que concentrou mais de 100 mil soldados e armamentos pesados na fronteira com a Ucrânia, uma desculpa para a invasão.

Questão de evidência

Nem Kirby, nem o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, que também comentou o suposto plano, deram evidências que sustentassem sua reivindicação.

Parte do plano consistiria em fazer com que o equipamento militar ucraniano usado no suposto ataque parecesse fornecido pelo Ocidente, denunciou Kirby, o que justificaria ainda mais as retaliações russas contra a Ucrânia.

“Já vimos esse tipo de atividade nos russos no passado e achamos importante que, quando vemos isso, possamos denunciá-lo”, acrescentou Kirby.

Ele acredita que, com base na “experiência” do Departamento de Defesa, a maior parte de um plano dessa natureza teria sido aprovado nos “mais altos níveis do governo russo”.

Price afirmou, por sua vez, que o suposto plano é “um em um número de opões que o governo russo está desenvolvendo como um falso pretexto para iniciar e potencialmente justificar a agressão militar contra a Ucrânia”. 

Ele acrescentou que os Estados Unidos desconhecem se a Rússia decidiu seguir adiante com o plano.

“A Rússia destacou que está disposta a continuar com as conversas diplomáticas como uma forma de desescalar, mas ações como estas sugerem o contrário”, afirmou Price. 

“Não vou revelar o que temos, mas deixarei para seu julgamento”, comentou em declarações a jornalistas.

Perguntado mais tarde nesta quinta se os Estados Unidos jogariam lenha na fogueira, mandando mais tropas e ajuda, Kirby garantiu que Washington estava tentando tranquilizar seus aliados da Otan.

“Em primeiro lugar, continuamos com o fluxo de assistência em segurança para a Ucrânia para que possam se defender melhor contra esta ameaça”, declarou Kirby em entrevista à emissora Fox News. 

“E, em segundo lugar, e isto é realmente importante: para nos assegurarmos que estamos tranquilizando nossos aliados, aliados com os quais temos importantes compromissos na questão da segurança”. 

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