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Brasil lança cooperação policial internacional contra tráfico de madeira

Lusa

A Polícia Federal (PF) brasileira apresentará hoje, na Embaixada da Espanha em Brasília, o projeto Madeira de Lei, focado na cooperação policial internacional no combate ao tráfico ilegal de madeira, e que contará com participação portuguesa

Brasil lança cooperação policial contra o tráfico de madeira. A iniciativa da PF visa a difusão de informações e metodologias de identificação de madeira originária da Amazónia entre o Brasil e os maiores destinatários desses produtos e “ampliação das ações de cooperação internacional através das adidâncias [conjunto das funções de um adido]”, explicou a corporação em comunicado.

A apresentação do projeto contará com a presença embaixadores, diplomatas e polícias de Espanha, Suíça, Estados Unidos, França, Holanda, Bélgica, Reino Unido, República Dominicana, Alemanha, Itália, China, Portugal e da União Europeia, além da participação por vídeo dos adidos da PF em Portugal, Espanha, França, Estados Unidos e do oficial de ligação da EUROPOL.

Na prática, o projeto prevê a disponibilização de uma aplicação desenvolvida pela própria Polícia Federal, em parceira com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

A ferramenta será usada para auxiliar a identificação de madeira extraída ilegalmente.

“Por meio da aplicação, será possível realizar o cruzamento de uma pequena amostra de madeira com a base de dados criada pelo órgão, sendo possível identificar a origem do material”, detalhou a PF no comunicado.

O programa ainda envolve o treino de agentes policiais na utilização da aplicação, que será realizado presencialmente no Centro de Integração e Aperfeiçoamento em Polícia Ambiental (CIAPA), no Estado do Amazonas, em dezembro.

Um relatório divulgado em setembro último pela Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional destacou a extração ilegal de madeira e a biopirataria, facilitadas pela corrupção, como um dos principais delitos cometidos no Brasil.

“Na amazónia e na Mata Atlântica, a biopirataria envolve cientistas, empresas farmacêuticas e a indústria de alimentos. A maior parte da madeira exportada da amazónia é obtida ilegalmente, com exportações destinadas principalmente aos Estados Unidos, França, Espanha, Holanda, Portugal, Japão e Reino Unido”, destacou o relatório.

“A extração, que muitas vezes é seguida pela criação de gado, envolve atividades paralelas de apoio e grandes redes criminosas, com empresas jurídicas muitas vezes também se envolvendo em práticas irregulares. Além disso, em 2020, os incêndios florestais em toda a amazónia brasileira aumentaram consideravelmente desde o ano anterior e uma proporção significativa dos incêndios foram provocados de forma deliberada e ilegal”, acrescentou.

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