Esta semana, a cadeia de distribuição UA Cinemas, que opera em Hong Kong há 36 anos, anunciou repentinamente que irá encerrar atividade. Felizmente os UA Galaxy Cinemas irão continuar a operar normalmente em Macau, não parecendo ser afetados por esta decisão.
No ano passado, os cinemas de Macau estiveram fechados durante algum tempo devido à pandemia.
Depois de a situação epidémica ter atenuado ligeiramente, o Cineteatro de Macau, o Cinema Alegria, a Cinemateca Paixão e os UA Galaxy Cinemas reabriram, enquanto os cinemas na Torre de Macau se mantiveram fechados. Mais recentemente, depois da reabertura dos UA Galaxy Cinemas, tem sido difícil conseguir comprar bilhetes para qualquer filme popular, com salas quase sempre cheias.
Os filmes permitem-nos por vezes ver um mundo sem restrições, um mundo de fantasia. Filmes com figuras heroicas têm grande popularidade e uma constante corrente de sequelas. Um bilhete de cinema fornece uma forma barata de escapar da realidade durante duas horas, onde podemos entrar num “mundo perfeito”, mesmo sabendo que ele não existe.
Ao anoitecer, saindo do trabalho, apanhamos o autocarro para casa. Sentados, enquanto olhamos para o mundo pela janela, vemos a luz bater no vidro do autocarro, acrescentando mais uma camada visual. De repente conseguimos ver o reflexo do telemóvel de alguém, assim como os faróis vermelhos dos carros. Subitamente, é como se o mundo real ganhasse mais uma dimensão. Já não parece real, e a nossa mente demora um segundo a distinguir entre a realidade e o reflexo. Abruptamente, uma moto surge e quebra o silêncio, distorcendo o espaço. A nova dimensão desaparece e a realidade é clara.
Com o desenvolvimento da última década, quantas dimensões tomaram forma? Com um ano de pandemia, quantas dimensões desapareceram? Macau será um filme?
*Editor da edição em chinês do Plataforma
