A empresa retalhista de moda online Farfetch, fundada pelo empresário português José Neves, vai receber um investimento de 1,1 mil milhões de dólares norte-americanos da gigante chinesa de tecnologia Alibaba e do grupo suíço de relógios e joias Richemont para ser usado na expansão no crescente mercado de bens de luxo na China.
“Estamos a trazer a moda e o luxo que os chineses costumavam comprar na Europa para o seu aplicativo favorito”, disse o presidente-executivo da Farfetch, José Neves, ao Financial Times, referindo-se ao Alibaba.
“A Covid-19 está a estimular a repatriação das vendas para a China e acreditamos que o online terá uma grande parte disso”, acrescentou.
O grupo sediado em Londres, também parcialmente sediado em Portugal, conta agora com o apoio de dois gigantes chineses da Internet, Alibaba e do anterior acionista Tencent, bem como de dois gigantes de luxo Kering e Richemont.
Sob o acordo anunciado no final da semana passada, a Alibaba e a Richemont colocaram 300 milhões de dólares cada na própria Farfetch e outros 250 milhões cada numa unidade recém-criada chamada Farfetch China, que incluirá as operações do gigantesco mercado chinês.
Vão assim deter 25 por cento da entidade chinesa e terão a opção de comprar outros 24 por cento em cerca de três anos.
Separadamente, a Artemis, holding do bilionário francês François-Henri Pinault, que controla o grupo de luxo Kering, também planeia aumentar a participação na Farfetch, adquirindo 50 milhões em ações.
Como parte da parceria, a Farfetch ajudará marcas de moda e de luxo a lançar as próprias lojas online no Tmall Luxury Pavilion, da Alibaba, e no Tmall Global, que já atraem milhões de compradores chineses.