O partido só aceita o regresso do histórico se ocorrer uma justificação pública sobre as razões que o fizeram abandonar o partido para fundar, em 2012, a Convergência Ampla de Salvação em Angola (CASA-CE)
O secretário-geral do maior partido da oposição, Álvaro Chicuamanga, afirmou ao VOA Português que todas as insinuações que estão a ser feitas sobre um eventual regresso de Chivukuvuku, não reflectem o ponto de vista oficial da direção da UNITA. “Não há nenhuma posição oficial porquanto nem ele próprio manifestou oficialmente esta intenção”, revelou.
Chicuamanga reconhece que a saída de Chivukuvuku depois de 30 anos de militância ativa, “provocou uma sangria” na organização política, contudo considera não haver qualquer ressentimento que possa impedir o reenquadramento, “cada um ao seu nível” dos dirigentes que a dada altura se incompatibilizaram com o partido.
Aliás, relembra Chicuamanga, muitos dos membros da UNITA que integraram a CASA-CE já decidiram regressar. “O leque de companheiros que voltaram ao partido é muito bom e significativo”, lembrou.
Abel Chivukuvuku, militante histórico e ex-dirigente da UNITA, ingressou no partido em 1974, passando em 1979 para o braço militar do movimento. Chegou a ser assistente político do malogrado presidente da UNITA, Jonas Savimbi, em cujo nome manteve contactos com José Eduardo dos Santos, presidente do MPLA e de Angola. Saiu da UNITA, em 2010, em desacordo com o então presidente do partido, Isaías Samakuva, para fundar um novo projecto político, a Convergência Ampla de Salvação Nacional (CASA-CE), com a qual concorreu às eleições de setembro de 2012.
O político angolano tem vindo a ser citado na sociedade civil angolana como tendo manifestado disponibilidade para ingressar noutro qualquer partido, depois do Tribunal Constitucional ter chumbado o seu projecto político PRA-JA Servir Angola. Contudo, Chivukuvuku terá assegurado que excluiria o MPLA dessa possibilidade.
Entretanto, O MPLA considerou como “gratuitas e infundadas” as acusações de Chivukuvuku sobre a “alegada interferência” no Tribunal Constitucional para “inviabilizar a legalização” do projecto político PRA-JA Servir Angola. A polémica está instalada.