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Máscaras ‘Made in Macau’ chegam ao mercado

Gonçalo Lobo Pinheiro

São já três as companhias a operar no mercado e uma quarta está prestes a chegar. O PLATAFORMA visitou uma das que já estão em pleno funcionamento. 853 Face Mask é um produto ‘Made in Macau’

Nasceu em março depois de um mês de quase pleno confinamento em Macau devido à pandemia de Covid-19 que assola o mundo. A 853 Face Mask é uma marca registada da Marketing da Macaufacture Medical Supplies Limited (MMSL) e foi a segunda empresa a ser criada propositadamente para a confeção de máscaras cirúrgicas na RAEM. “É muito importante a nossa e outras empresas terem começado a fazer isto. E, acima de tudo, é importante para Macau haver companhias locais a produzirem coisas ‘Made in Macau’. Queremos dar aos locais um produto de qualidade superior e queremos que os locais tenham confiança nos produtos que são feitos no território”, explicou Angel Lei, chefe do departamento de Marketing da companhia.

Num espaço de quase 372 m2, a Macau 853 Mask Factory produz mensalmente cerca de 150 mil máscaras cirúrgicas usadas, para já, apenas pela população local. “A demanda tem sido muita, felizmente, mas para já é apenas para o território. Fornecemos para 22 farmácias, para algumas empresas e ainda para clínicas”, começou por explicar a responsável. “Queremos estabilizar em Macau. Com a matéria prima que temos conseguimos fazer 10 milhões de máscaras por ano. Depois disso, o mercado é o mundo. Temos interesse em ir para Hong Kong, China, Portugal e restante Europa. Não descartamos os países de língua portuguesa, também”, concluiu.

Neste momento a fábrica produz dois produtos: caixas de 30 máscaras, individualmente embaladas, e ainda caixas de 50 máscaras para serem adquiridas pelos outros clientes empresariais. “Uma máscara custa, mais ou menos, cerca de uma pataca para ser feita. Ao público vendemos as caixas de 30 unidades por um preço que ronda o intervalo entre as 80 e as 90 patacas”, referiu Angel Lei ao PLATAFORMA.

A responsável explicou que depois de criada a empresa, as autoridades disponibilizaram a licença para o funcionamento da fábrica apenas em junho, sendo que a primeira máscara só foi confecionada no final desse mês. “São processos morosos, mas são processos essenciais. É preciso que tudo esteja nos conformes para que possamos produzir um produto acima da média”, defendeu a chefe do departamento de Marketing da MMSL.

Da China vêm alguns componentes da máscara, mas o principal que é a camada do meio é proveniente da Alemanha. Quem fornece o tecido de alta qualidade é a empresa Innovatec, com quem a MMSL assinou um contrato de um ano para fornecimento de material. “Estamos muito satisfeitos. É uma empresa germânica referenciada e certificada. Não podíamos ter feito melhor escolha. As pessoas podem ficar descansadas que as nossas máscaras são de grande qualidade e dão máxima segurança.”

Para a responsável, os consumidores têm dado um “feedback positivo” do produto final, ressalvando a boa confeção do material e dando sugestões. O negócio, garante, está a correr bem e “acima das expectativas”, contudo há sempre margem para melhorar. “É preciso garantir mais certificados de qualidade de nível internacional, como o da União Europeia que devemos receber muito em breve”, garantiu Angel Lei que também revelou que a empresa está atenta a possíveis concursos públicos para fornecimento de máscaras a organismos públicos.

Com uma equipa de 20 empregados, que laboram de segunda-feira a sábado durante dois turnos, a MMSL assume que não foi fácil construir a fábrica e recrutar pessoal. “Os custos são grandes. A maquinaria é muito específica. Depois temos o nosso quarto de higiene, onde os trabalhadores se vestem, que é à imagem dos mais avançados do mundo. Já para não falar na dificuldade de recrutamento de trabalhadores locais. Tivemos de pedir oito Blue Cards para trabalhadores de Guangdong que, na verdade, vivem em Macau em quartos alugados por nós, para que, nesta fase, não tivessem que passar a fronteira diariamente e arriscassem a sua saúde”, afirmou Angel Lei.

Numa altura em que laboram há quase dois meses, a responsável do Marketing já fala em novidades para o futuro mais próximo. “Pensamos que devemos criar algumas máscaras diferentes, nomeadamente verdes – já que é a cor de Macau e até na nossa empresa -, bem como roxas e cor-de-laranja. É sempre bom haver uma alternativa ao tradicional azul”, disse, assegurando que a diversificação ainda passará pela confeção de algodão e álcool-gel.

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