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Venezuela enfrenta a maior penúria de petróleo de sempre

Não é a primeira vez que falta o petróleo na Venezuela, um dos maiores produtores do mundo, mas nunca a penúria foi tão forte, lê-se hoje numa reportagem do jornal francês Libération na capital do país da América Latina, Caracas.

Depois de sete anos de uma profunda crise económica, a maior parte das refinarias venezuelanas estão paradas. A maioria do combustível que circula em tempos normais é importada.

As entregas foram dificultadas pelo embargo norte-americano sobre o petróleo da Venezuela. Com a contração da economia do país, agravada pela crise sanitária do coronavírus, o Estado não têm meios de pagar aos raros fornecedores que ainda ousam contornar as sanções.

Para complicar tudo, o Governo de Nicolás Maduro decretou um plano de racionamento desde abril por causa da pandemia da Covid-19: são os militares que distribuem o combustível, dando prioridade às profissões “essenciais”, ou seja, as forças de segurança e os médicos e enfermeiros.

Todos os dias as filas de carros de quilómetros ficam mais longas em Caracas, observa o Libération.

Mesmo os profissionais essenciais no combate à pandemia desesperam. “Vou ter de esperar umas oito horas para abastecer”, queixou-se Eduardo, um cirurgião que passa mais tempo dentro do seu carro do que no hospital. “Os militares aproveitam-se da pandemia e da penúria de petróleo para fazerem dinheiro”, desabafa, indignado, à reportagem do jornal francês.

Uma acusação que não é isolada e tem tido eco nas redes sociais num momento em que as vendas clandestinas de petróleo se multiplicam. Agora que a gasolina nas bombas é quase gratuita na Venezuela, os preços explodem no mercado negro.

Segundo um revendedor que pediu o anonimato, o preço da gasolina no mercado negro está a 2 dólares o litro, mais caro do que na Europa. Pela primeira vez ele diz estar a vender combustível colombiano. Quando o LIbération lhe perguntou quem são os seus fornecedores, uma vez que a fronteira entre os dois países está fechada por causa da pandemia, o revendedor disse: “Querem saber se eles usam uniformes? Não reparo nesse pormenor, não quero ter problemas”.

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