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A xenofobia irá manter fronteiras fechadas pós-surto?

Leio que esta semana registaram-se alguns ataques a chineses em França, Itália e Estados Unidos. Alguns desses chineses já naturalizados franceses, italianos e norte-americanos. Em Portugal, mesmo no inicio do surto, também alguns macaenses aqui sentiram algum tipo de discriminação. Não quer dizer que antes desta pandemia não existisse xenofobia, longe disso, mas é claro que o Covid-19, além do próprio medo da doença, trouxe também o medo da China, dos chineses e dos asiáticos. Parece-me óbvio.

Li que um pai chinês e um dos seus filhos foram esfaqueados nos Estados Unidos; em Itália um casal de Pequim foi impedido por outro casal italiano de ir a uma urgência; em França um idoso de 78 anos, que nasceu na China mas tem nacionalidade gaulesa, foi ameaçado de morte, em Nantes, por ter abraçado a filha de um vizinho em plena rua.

Leio também que há milhões de franceses, italianos e norte-americanos a trabalharem por toda a China. E se alguns ali trabalham, por certo que terão também por lá as suas famílias. Ou seja, são milhões os que dividem as suas vidas entre os seus países de origem e a China. E foram esses milhões que terão contado aos seus filhos, aquando da mudança, que iriam para um país amigo.

As questões que se colocam são estas: quando a ameaça do Covid-19 diminuir, estes milhões produtos de fronteiras abertas irão ver a xenofobia mantê-las fechadas? Estamos todos isolados neste momento, iremos continuar assim depois do surto terminar?

O povo chinês não tem culpa e talvez seja melhor pensar que a China é uma casa amiga e que somos todos bons vizinhos nesta altura, apesar das distâncias.

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