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O Dragão volta a acordar

Preparem-se! Gritam os italianos, alertando para o drama que sentem na pele e boa parte do ocidente recusou até agora ver. Por um lado, para evitar o alarme; por outro, com alguma dose de ingenuidade irresponsável. Há projeções, secretas, em gabinetes de crise, que não revelo por sentido de responsabilidade – sobretudo, porque traçam o pior dos cenários – ainda evitável.Mas urge desligar o achómetro: o mutante do Covid-19 – nado na Lombardia – é especialmente agressivo num continente envelhecido, onde grassam problemas cardíacos e respiratórios. Nos Estados Unidos, onde apenas 40 por cento da população tem seguros de saúde, o drama prenuncia-se. Aos políticos e escribas que ainda brincam com “mais uma gripe” , ouçam o sábio Jürgen Klopp, treinador do Liverpool: “Perguntem a quem sabe, não opino sobre o que não sei”. 

A nomenclatura chinesa terá percebido tarde a dimensão do problema; mas, quando atuou, fê-lo com uma determinação e músculo político impossíveis nas democracias ocidentais, ou economias depauperadas… onde é impensável erguer hospitais de um dia para o outro; pessoal médico e estoques clínicos entram em rutura, vai ainda a crise no adro. Por fim, o dogma clínico fecha a porta à Medicina Tradicional Chinesa, usada, com relativo sucesso, em paralelo com a injeção de plasma de doentes curados em novos infetados. A China dá sinais de inverter o risco pandémico; Europa e Estados Unidos só agora começam a perceber melhor o que aí vem. No segundo semestre, dizem vozes autorizadas, a economia chinesa estará a caminho de novo milagre, porque tem reservas financeiras e uma capacidade de produção inigualáveis no ocidente, onde temo bem que a depressão não esteja a ser medida com honestidade intelectual. Preparem-se… 

Paulo Rego 13.03.20

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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