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As crianças devem ser protegidas

Hoje, dia 1 de junho, é dia internacional da criança. Hoje, crianças em toda a parte do mundo celebram o seu dia. Embora em Macau este dia não seja feriado oficial, desde há muito tempo que são organizadas atividades durante o fim de semana que o ronda. Acredito que este ano não será exceção, pelo que as crianças de Macau não precisam de se inquietar. 

Macau é uma cidade pequena, e durante as últimas décadas o Governo da região não tem organizado qualquer atividade para celebrar este dia. Todavia, os habitantes de Macau, principalmente comerciantes, celebram-no sempre de alguma forma, criando promoções e eventos e alegrando as crianças neste dia. Na minha infância, Macau era uma cidade, economicamente subdesenvolvida, sendo também inferior a qualidade de vida dos seus habitantes. Embora nessa altura as organizações sociais não promovessem qualquer atividade, as lojas que celebravam este dia enchiam-se de gente. Ainda me lembro de uma banca de chá frio, no cruzamento da Rua da Palha com a Rua de São Paulo, que todos os anos oferecia um saco-presente às crianças que lá comprassem chá. Dentro deste saco vinham rebuçados e pequenos artigos como canetas, lápis ou borrachas. Naquela altura cada chávena de chá custava apenas 10 avos, mas o valor do saco era superior a 30 ou 50 avos. O nome do dono da banca era Ng Kiang Fat , mas todos lhe chamavam “o senhor da voz forte”. O próprio confessou que, embora não tivesse qualquer lucro com os presentes que dava às crianças, apenas ver o sorriso na cara delas era suficiente. Também na Rua da Palha, perto da saída para a Rua de São Domingos, havia uma loja de material escolar chamada “Ho Dai”, que todos os anos no dia da criança fazia 10 por cento de desconto e dava um pequeno presente a cada criança que fizesse lá alguma compra, incluindo coisas como, por exemplo, um pequeno bloco de notas. Perto do Teatro Capitol na Rua de São Domingos, na saída para o Templo de Na Tcha, existia uma sapataria com preços fixos e inegociáveis. No entanto, todos os anos, no dia da criança, faziam uma promoção de 10 por cento para atrair clientes. Temos de ter em mente que há 50 ou 60 anos atrás, todas as lojas em Macau eram apenas pequenos negócios particulares, com um lucro reduzido. Porém todos os anos continuavam a oferecer descontos no dia da criança.

Não eram só as lojas que ofereciam presentes, também o Teatro Cheng Peng oferecia dois pães a cada criança neste dia. 

Com o desenvolvimento da sociedade e a evolução da economia de Macau, a preocupação e carinho pelas crianças foi também crescendo. Este dia, além de uma estratégia de marketing, é também uma oportunidade para organizações e famílias mostrarem a consideração pelas crianças. No entanto, os recentes casos de alegados abusos sexuais a menores por funcionários de infantários são ainda um grande motivo de preocupação. 

DAVID Chan  01.06.2018

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