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DIAS DE FOLIA NA LUSOFONIA

 

Do Suvaco do Cristo, no sopé do Corcovado do Rio, às margens do rio Mandovi, em Goa, o Carnaval já está na rua. Com mensagens antialcoólicas, como no Brasil, ou de solidariedade com as vítimas das Cheias, em Quelimane, os dias são de festa , pois a tristeza não paga dívidas.

 

No último domingo, com sol e céu claro, milhares de foliões cariocas tomaram conta das ruas do Rio, desfilando em dezenas de blocos.

O Carnaval, festejado este ano de 14 a 18 de fevereiro, ainda vinha longe, mas na avenida Presidente Vargas, o Bloco da Preta, comandado pela cantora Preta Gil, filha de Gilberto Gil, do alto de um trio elétrico, arrastou cerca de 300 mil pessoas, entre a Praça da República e o cruzamento com a Avenida Rio Branco.

Até ao ano passado, o Bloco da Preta percorria a Rio Branco, agora parcialmente interditada para as, mas a mudança não desagradou aos foliões, como a representante de vendas Elaine dos Santos. “Eu vim de trem, desci na Central e vim para o bloco. Aqui é muito melhor do que andar até à Rio Branco. Está aprovado”, disse a foliã.

Na área histórica da Praça Quinze, ainda no centro do Rio, a manhã foi marcada pelo desfile do Cordão do Boitatá, que sempre pede passagem com o tradicional “Ô, abre alas”, de Chiquinha Gonzaga. Considerado um dos blocos mais coloridos da cidade, devido ao grande número de foliões fantasiados de forma original, o Boitatá apresentou pela primeira vez uma ala de pernas de pau, atraindo cerca de 30 mil pessoas.

 

ALEGRIA SEM RESSACA

 

Com menos gente,  – cerca de 1.500 pessoas – um bloco que desfilou no final da manhã na avenida Atlântica, em Copacabana, chamou a atenção pela sua proposta: mostrar que a folia pode dispensar o álcool e as drogas. Iniciativa da Associação Brasileira de Alcoolismo e Drogas (Abrad), a banda Alegria sem Ressaca fez neste ano o seu décimo segundo desfile, tendo como rainha a cantora Teresa Cristina e como rei o ex-jogador Zico.

Além de Zico, o desfile contou com a participação de uma ala de jogadores e ex-jogadores de futebol, que levavam uma faixa com a frase “Craque que é craque não usa crack”.

“Apoio esta campanha, porque acredito que carnaval é samba, fantasia e brincadeira. E penso que ficar longe das drogas é o melhor negócio para quem quer se dar bem, seja no esporte, ou em qualquer área”, disse Zico, o ex-craque do Flamengo e da seleção brasileira.

Para o psiquiatra Jorge Jaber, presidente da Abrad e idealizador da Alegria sem Ressaca, a banda pretende mostrar que no carnaval a pessoa não precisa perder o controle de sua mente para se divertir. Com base na sua experiência no tratamento de dependentes químicos, Jaber alertou para o grave problema do aumento do consumo de drogas.

A Banda Alegria sem Ressaca firmou uma parceria com o Cordão da Bola Preta, o mais tradicional bloco de rua, que leva às ruas do centro um público estimado em 1,5 milhão de pessoas, na manhã do sábado de carnaval. “Nós vamos participar deste desfile, dentro da área reservada à diretoria do Bola Preta. Em um momento do desfile, o bloco vai dar uma parada e nós faremos um grande grito contra o uso de drogas”, antecipou o presidente da Abrad.

 

30 ANOS DE SUVACO DO CRISTO

 

Em festa estava o , que desfilou no final da manhã de domingo, ao longo da Rua Jardim Botânico, celebrando 30 anos de carnaval. O nome do bloco foi inspirado numa frase de um ilustre morador da zona centro, o compositor Tom Jobim, que costumava dizer que na sua casa tudo mofava, porque ele estava no “suvaco do Cristo”.

Aquela zona, no sopé do Corcovado, é conhecida por abrigar muitos artistas e, desde a criação do bloco, em, 1985, já lá vão 30 anos, o ponto de encontro permanece o mesmo: o Bar Joia, na esquina das ruas Jardim Botânico e Faro.

A irreverência e a alusão a assuntos em evidência sempre marcaram o Suvaco do Cristo, que este ano, para não fugir à regra, teve como tema o autorretrato com Selfie-se quem puder. O samba, que teve entre seus autores o compositor e cantor Jards Macalé, homenageava os 30 anos do bloco e falava da velha guarda do Suvaco, em contraponto com a nova, que tiraselfies durante o desfile.

“A bateria chegou a fazer umas paradinhas, para que o pessoal tirasse os selfies”, contou Henrique Marques, de 28 anos, que há 12 toca tamborim na bateria do Suvaco. “Foi meu pai que me trouxe ao bloco, mas hoje ele não desfila mais”, disse. Morador do bairro, ele elogiou o trabalho dos garis, que deixam limpa a Rua Jardim Botânico após o desfile.

 

MARCHINHAS SÃO PATRIMÓNIO IMATERIAL DO RIO

 

A marchinha de carnaval passou a ser considerada Património Cultural de Natureza Imaterial, do Rio de Janeiro, segundo declaração da prefeitura da cidade publicada na última edição edição do Diário Oficial do Município.

O presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), Washington Fajardo, disse que a declaração é um reconhecimento formal, importante para fortalecer a identidade cultural da sociedade, já que o gênero musical é o mais característico do carnaval carioca e é cantado em qualquer lugar do país.

 

GRUPOS ANGOLANOS AFINAM-SE PARA O DESFILE FINAL

 

Em Luanda, os grupos carnavalescos União Sagrada Esperança e Cassules Sagrada Esperança, ambos do distrito do Rangel, ensaiaram no sábado as suas atuações no desfile final, que se realiza-se na terça-feira, 17 de fevereiro.

Observados por fiscais, júris e representantes dos vários grupos que participam no carnaval de Luanda, as agremiações apresentaram música, dança e organização coletiva, tal como estarão representadas naquela que é uma uma das maiores festas culturais de Angola.

No final da exibição, o comandante do grupo União Sagrada Esperança, Poly Rocha, informou que a sua agremiação volta a desfilar nesta edição com o intuito de revalidar o título, avançando que continuarão a dançar o semba.

Poly Rocha não deixou de mostrar o seu desalento pela falta de apoios com que os grupos ainda se deparam para organizar o carnaval.

Mas a concorrência vem do grupo União Domant, único representante do município de Cacuaco no desfile de Luanda, que conta com 500 integrantes.

Citado pela Angop, Nuna Pain a responsável do grupo disse que o União Domant mantém o semba como estilo e vai homenagear, neste ano, a mulher rural.

“Já em 2014 pretendemos levar este tema no desfile carnavalesco, mas acabou por ser preterido em função de um outro assunto que, para nós, merecia ser referenciado também: a moeda kwanza. Sendo assim, recuperámos o tema mulher rural este ano e vamos abordá-lo durante o desfile”, justificou.

 

SEIS GRUPOS DESFILAM NA CIDADE DA PRAIA

 

Vindos D’África, Estrela da Marinha, Vindos do Mar, Sambajó, Acarinhar e Inter Vila A, são os grupos que vão desfilar, este ano, na cidade da Praia, capital de Cabo Verde.

Para além dos grupos oficiais, também estarão na Avenida Cidade Lisboa os grupos de animação. Este ano seis jardins e quatro Escolas EBI vão desfilar, conforme avançou o porta-voz da Comissão Municipal de Carnaval da Câmara Municipal da Praia, Ivan Santos, em conferência de imprensa.

Os jardins de Infância vão desfilar no dia 14, sábado, as Escolas do EBI no dia 15 e os grupos oficiais no dia 17, a partir das 14:30.

A Câmara Municipal da Praia apoiou o grupo Vindos D’África com 400 mil escudos (cerca de quatro mil dólares) na qualidade de vencedor do Carnaval no ano passado e entregou aos outros grupos 300 mil escudos cada, as Escolas receberam 150 mil escudos e os jardins 80 mil escudos.

CARNAVAL DE QUELIMANE SOB O SIGNO DA SOLIDARIEDADE

 

Em Quelimane, a capital do carnaval de Moçambique, a festa arrancou no último sábado com uma campanha de solidariedade para com as vítimas das cheias que afetam a província da Zambézia.

Citado pelo diário Notíciais, Camal Meragi, responsável da comissão organizadora do evento, disse que a festa das máscaras estará virada para a angariação de donativos tais como roupa, calçado, alimentos não perecíveis, material escolar, entre outros produtos que posteriormente serão canalizados ao Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) para serem entregues às pessoas afectadas.

A Zambézia, cuja capital é Quelimane, foi a província de Moçambique mais afetada pelas cheias de janeiro passado, tendo morrido dezenas de pessoas e milhares ficado desalojadas. Meragi afirmou que para esta campanha de dez dias, tempo que vai durar o carnaval no município de Quelimane, será montado na Praça da Juventude um ponto onde as pessoas poderão depositar os seus donativos.

Para este ano espera-se um carnaval mais concorrido, a julgar pelo número de empresas e grupos foliões dos bairros que vão participar no evento. O Conselho Municipal da Cidade de Quelimane inscreveu para esta edição do carnaval 21 bairros, dez empresas e sete bandas, das quais seis locais e uma proveniente da capital do país, Maputo.

Segundo Camal Meragi, diferentemente dos outros anos, na presente edição, pelo facto de a província estar ainda em situação de emergência, o carnaval terá apresentação de peças teatrais que retratam os desafios e medidas de mitigação das cheias.

O carnaval deste ano decorre até ao dia 16 deste mês, sendo que na primeira semana será realizado um ciclo de palestras com temas sobre cultura, economia, cobrança de imposto, postura camarária e cidadania.

No último dia do Carnaval serão premiados os vencedores das categorias de melhor empresa, melhor carro alegórico, melhor mascarado, entre outras categorias que caracterizam a tradição desta festa das máscaras na cidade de Quelimane.

 

GOA EVOCA CUPIDO

 

O carnaval tropical de Goa, o único que se realiza em toda a Índia, é este ano celebrado sob o tema Ame Goa e, por coincidir com o Dia de São Valentim, Dia dos Namorados, vai evoluir em torno da figura de Cupido. A primeira parada carnavalesca acontece amanhã, 14, nas principais artérias da capital de Goa, Pangim, que serão percorridas pelo Rei Momo e sua corte.

este ano, o Rei Momo é o comissário adjunto das Alfândegas, Geovani Bosco Santimano

Mas haverá também corsos carnavalescos em outras grandes cidades daquele estado indiano, Margão, Vasco, Mapusa e Ponda, durante os quatro dias de folia.

Introduzido pelos portugueses, o carnaval tornou-se numa das principais atrações turísitcas de Goa, presenciado por milhares de forasteiros.

 

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