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ZHUHAI JÁ ESTÁ MAIS CARO

 

O alargamento dos horários de funcionamento das fronteiras já causou a queda de 10 % no preço das casas na zona das Portas do Cerco, segundo uma especialista do setor. Em Zhuhai registam-se aumentos na ordem dos 20%.

 

O alargamento horário das fronteiras entre Macau e Zhuhai está a ter impacto nos preços dos imóveis dos dois lados da fronteira. Quem quiser encontrar uma casa para lá de Gongbei vai ter agora a concorrência dos vizinhos aqui de Macau.

Sarah Wu da Agência Imobiliária Lek Hang, nota que os preços já começaram a subir na cidade vizinha. “Colegas da área falam em aumentos de cerca de 20% na compra das casas”. No arrendamento, as alterações não têm sido tão “incríveis”, sublinha.

Mas, apesar dos preços em Zhuhai serem mais acessíveis ao bolso do cidadão de Macau, o tempo que leva a cruzar a fronteira ainda é um elemento decisivo na hora de escolher onde morar, vinca a responsável. “Os residentes de Macau dão muita importância a este fator”.

A influenciar esta decisão poderá estar a queda ligeira de preços no mercado local, admite Wu. Na área das Portas do Cerco “antes da extensão horária cobravam-se entre 9.000 e 10.000 patacas por pé quadrado, e agora os proprietários desceram para cerca de 8.000, o que já é uma diferença de mais de 10%”.

Os preços do arrendamento também desceram no mercado local – Wu fala de uma baixa de 10%. “Mas como a procura é elevada, isto faz com que o aluguer das casas se faça num curto espaço de tempo”.

Apesar da baixa de preços estar a influenciar negativamente o negócio da agência imobiliária, Sarah Wu prevê que a abertura de dois casinos em 2015 e a necessidade de recrutamento de trabalhadores para estes projetos levem a uma subida de preços já no meio do ano.

 

MENOS PRESSÃO À CHEGADA

 

Chun Un vive em Zhuhai, trabalha como intérprete freelance em Macau e cruza frequentemente de carro a fronteira entre as duas cidades. Agora que um dos três postos fronteiriços está aberto durante 24 horas, o vai e vem de Chun Un ganhou outro ritmo. “É muito mais prático, não tenho de estar preocupado em ficar em Macau até tarde”.

Chun costuma entrar no território por Hengqin (Fronteira Flor de Lótus) que, ao contrário das Portas do Cerco, tem um canal disponível para condutores que transportam crianças. “Apesar de ser mais longe da minha casa, na outra fronteira passo mais rápido com o meu filho”.

Além disso, atravessar a imigração nas Portas do Cerco em hora de ponta, “pode significar estar 40 minutos à espera dentro do carro”, diz. “A fronteira não está preparada para tantos carros”.

Já o Governo aponta que, desde que entraram em vigor os novos horários, a zona de chegadas das Portas do Cerco está menos congestionada. O número de passageiros a utilizar autocarros públicos nesta área caiu 20% nos dias úteis entre as 8h e as 9h da manhã, de acordo com dados recolhidos entre 11 e 31 de dezembro com base no número de passageiros que utilizou o cartão eletrónico para viajar.

Dados revelam ainda que esta diminuição do número de passageiros em horário de ponta foi compensada com uma maior utilização nas primeiras horas do dia – entre as 6h e 7h das manhã. Passou de 1400 para 2060 utentes diários, o que representa um aumento de 49%. Na hora seguinte, registou-se uma queda de 7%.

Já na Fronteira Flor de Lótus do Cotai, que agora funciona 24 horas, a utilização dos autocarros é “limitada”. No Parque Industrial Transfronteiriço Zhuhai-Macau, pouco mais de uma centena de passageiros utilizou a carreira nocturna N4.

 

Catarina Domingues

 

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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