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NÃO SABES O QUE É “XURDIR”? AI SABES, SABES

 

Já são conhecidas as dez finalistas a Palavra do Ano 2014, pela Porto Editora: banco, basqueiro, cibervadiagem, corrupção, ébola, gamificação, jihadismo, legionela, “selfie” e xurdir, que é como quem diz “fazer pela vida”

“Xurdir” está entre as dez candidatas a Palavra do Ano 2014. Podes até nunca ter pronunciado este verbo intransitivo nem tão-pouco o ter escutado, mas certamente que já o praticaste. E não apenas no ano que está quase a terminar. “Lutar pela vida”, eis o que significa. Numa versão mais coloquial, “fazer pela vida”. Reconheces agora o sentido?

Como é que “xurdir” foi parar à lista da Porto Editora, a promotora desta escolha anual? Pela mão do profissional de palavras cruzadas (há 25 anos) Paulo Freixinho e com a ajuda das redes sociais. No início do ano, criou uma página no Facebook e criou a comunidade “Xurdir para palavra de 2014”. Escreveu-a em pedras, na areia da praia, em T-shirts, fotografou-a e usou-a em vários dos passatempos que assina.

“Adoptei-a. É uma palavra mágica”, disse ao PÚBLICO na segunda-feira, 1 de dezembro, dia em que se surpreendeu com a sua entrada na lista das dez candidatas. Afirma que criou a página “em jeito de brincadeira”, mas sente que, “agora, a coisa ficou séria”.

Tropeçou nela em 2009. “Estava eu a xurdir, alimentando a minha base de dados para as palavras cruzadas, quando a encontrei”, conta divertido.

A pertinência da palavra manteve-se até 2014 e os critérios que norteiam a escolha da lista anual foram cumpridos, já que a selecção resulta “do trabalho permanente de acompanhamento e análise da realidade da língua portuguesa” feito pela Porto Editora.

Não terá sido apenas Paulo Freixinho a adoptar o verbo “xurdir”, os 431 “gostos” da página por ele criada terão dado uma ajuda, mas certamente não seriam suficientes para entrar na lista das palavras elegíveis. “Agora, até acho possível que seja palavra do ano. É melhor que ‘selfie’, que já está ultrapassada, ou que gamificação, que nem os praticantes de videojogos usam”, diz, Paulo Freixinho.

Palavra de uso frequente em Trás-os-Montes, “xurdir” tem no galego um vocábulo equivalente, “jurdir”, já registado em 1876 no Diccionario Gallego (Juan Cuveiro Piñol, Barcelona): “Adelantar en la labor y no detenerse hasta acabar lo empezado.” Xurdamos, então. Até ao fim e de forma lícita.

 

Rita Pimenta

Exclusivo P3/Plataforma macau

 

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